Secretária da Cultura de São Paulo, Marilia Marton tentou intimidar conselheiros da Fundação Padre Anchieta em junho deste ano |  Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

A secretária da Cultura do estado de São Paulo, Marilia Marton, tentou intimidar conselheiros da Fundação Padre Anchieta, que mantém a TV Cultura, em reunião em junho. Incomodada com uma nota que havia sido publicada pelo Painel sobre a resistência no órgão em aceitar a indicação do cineasta olavista Josias Teófilo, ela exigiu que fosse identificado o responsável pelo vazamento da informação. “Se tem uma coisa que eu sou pós-doutorada é em pedagogia do constrangimento”, afirmou.

Cantinho do pensamento

Em tom de ameaça, a secretária de Tarcísio de Freitas (Republicanos) declarou: “Vou descobrir quem vazou e quero saber se o conselho tomará providências. A pessoa que vazou, vazou para me constranger”, afirmou, em relato que consta da ata da reunião. Ela ainda disse ter pedido à Secretaria de Comunicação que descobrisse a fonte da notícia.

Aqui, não

A fala causou reação e constrangimento. O presidente do conselho, Fábio Magalhães, lembrou o histórico democrático da Fundação, que passou por episódios de tensão com governadores, inclusive na ditadura. Sua fala foi apoiada por outros conselheiros, como Neca Setúbal. Procurada, a Secretaria de Cultura não quis se manifestar. Já Magalhães disse que Marton tem sido “muito colaborativa” nas reuniões do Conselho da Fundação.

Bolsa de apostas

Três nomes despontam como favoritos para presidir a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) após a demissão de Hélio Doyle por repostar textos contra Israel: Ricardo Zamora, adjunto da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Antonia Pellegrino, diretora de Programação da emissora, e Jean Lima, atual interino no cargo.

Barriga da miséria

O PT aposta alto na conferência eleitoral que promoverá em Brasília em 8 e 9 de dezembro, que deverá ser a maior da história do partido. Devem comparecer 1.500 candidatos pelo Brasil. A abertura terá a presença do presidente Lula, e haverá seis plenários funcionando simultaneamente, discutindo temas como comunicação e programa de governo. Após chegar ao fundo do poço em 2020, o partido quer multiplicar o número de prefeitos.

Mordaça

Um grupo de 138 intelectuais de diversos países divulgou na quarta-feira (18) um manifesto em defesa da liberdade de expressão e contra o aumento da censura pelo mundo. Um dos exemplos citados é a “criminalização do discurso político” pelo Supremo Tribunal Federal. “A liberdade de expressão é nossa melhor defesa contra a desinformação”, diz. O organizador foi o escritor americano Michael Shellenberger.

Eclético

Os signatários vão da direita à esquerda. Entre eles estão os jornalistas Julian Assange, Glenn Greenwald e Bari Weiss, a ativista de direitos humanos Ayaan Hirsi Ali, o cineasta Oliver Stone, o ator Tim Robbins, o biólogo Richard Dawkins, o humorista John Cleese, o psicólogo Steve Pinker e o filósofo Slavoj Zizek. Três são do Brasil: o jornalista Leandro Narloch, a comentarista Ana Paula Henkel e o biólogo Eli Vieira.

Blowin? in the wind

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) enviou uma carta ao presidente Lula em que sugere a formação de um grupo de trabalho para criar a renda básica universal, pauta histórica do parlamentar. Ele apresentou 104 nomes que poderiam participar, entre eles o economista André Lara Resende, o ex-candidato Ciro Gomes e o padre Júlio Lancellotti.

Nunca mais

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI do 8 de Janeiro, deve se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na terça-feira (24), para tentar acelerar a votação do projeto que institui o Dia Nacional de Defesa da Democracia, em 25 de outubro. A data foi pensada para lembrar o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, depois de ser torturado em um quartel do Exército durante a Ditadura Militar.