Desde que João Doria deixou o Governo de São Paulo, em março do ano passado, a administração estadual gastou quase R$ 100 mil em passagens internacionais de avião e gastos relacionados para que policiais militares o acompanhem pelo mundo |  Foto: Agência Brasil/Valter Campanato

Desde que João Doria deixou o Governo de São Paulo, em março do ano passado, a administração estadual gastou quase R$ 100 mil em passagens internacionais de avião e gastos relacionados para que policiais militares o acompanhem pelo mundo. Na maior parte das vezes, os PMs viajaram para atividades internacionais de sua empresa de eventos, o Lide. Doria e familiares têm direito a segurança da Casa Militar do governo estadual, benefício que vale para ex-governadores durante o mandato subsequente.

World tour
No período, os policiais Marcelo Kamada e João Paulo Mandese acompanharam Doria em Miami (quatro vezes), Nova York (duas vezes), Lisboa, Londres e Washington.

Em uma das viagens para Miami, logo após anunciar sua desistência da eleição presidencial de 2022, ele escreveu nas redes sociais que seu objetivo era descansar ao lado de Bia Doria, sua esposa.

Outro lado
A assessoria de Doria afirma que sua segurança “é a mesma viabilizada aos outros ex-governadores, como Geraldo Alckmin, Márcio França, José Serra e Rodrigo Garcia”.

Diz ainda que “nas viagens a lazer não há acompanhamento nem qualquer despesa para o estado”. O decreto, no entanto, dá o benefício apenas durante o mandato subsequente, o que no momento alcança Doria e Garcia.

Bola…
Aliado do governador Eduardo Leite (RS) e presidente da federação PSDB-Cidadania em São Paulo, Paulo Serra diz que a decisão da Justiça que determinou que o partido realize eleições para escolher a sua comissão executiva nacional não tem efeito prático nenhum sobre a nova gestão da legenda, mas pode ter consequências imprevisíveis sobre as eleições de 2022.

...de neve
Prefeito de Santo André (SP), Serra argumenta que a decisão questiona ato do PSDB de fevereiro de 2022 que prolongou o mandato do então presidente da legenda, Bruno Araújo, até maio de 2023.
Dessa forma, todas as decisões de Araújo no período, como a distribuição de recursos para campanhas de deputados, senadores e governadores, estariam hoje sob risco.

Irremediável
Ex-diretor jurídico da Odebrecht, Maurício Ferro publicou artigo em seu site pessoal dizendo que a anulação do acordo de leniência da empresa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli não é suficiente para reparar os “danos” causados aos acusados.

Ostracismo
Cunhado de Marcelo Odebrecht, com quem rompeu durante a Lava Jato, Ferro foi preso na operação. “Cada vez mais se tem a real noção do tamanho da deslealdade da chamada república de Curitiba”, afirma ele. Segundo Ferro, as acusações decretaram a “morte civil” dos envolvidos.

Vale a pena…
Poucos dias depois de o STF encaminhar a Lula (PT) uma lista tríplice de mulheres para vaga de ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), voltou a circular em grupos petistas um vídeo de 2018 em que Marilda Silveira, uma das indicadas, defende a impugnação da candidatura do atual presidente.

...ver de novo
O vídeo traz o pedido feito pela advogada, que então representava o partido Novo, pela impugnação do registro de candidatura do petista. Nele, a advogada afirma que a Constituição vedava que candidatos com impedimentos legais anteriores ao registro da candidatura participassem do processo eleitoral.

Negócios…
Em reunião de bancada, deputados do PP parabenizaram o colega André Fufuca (MA) por ter sido oficializado no cargo de ministro do Esporte. Alguns, no entanto, aproveitaram para lembrar que continuarão sendo oposição ao governo Lula.

...à parte
Em seu discurso, um dos presentes pediu a Deus que abençoe Fufuca em sua nova empreitada, mas destacou que a ida do colega para a pasta não mudará a relação com o governo. Lula colocou o novo ministro no governo como forma de ampliar sua base no Congresso. Apesar disso, é baixa a possibilidade de ampliação dos votos pró-governo no PP, segundo interlocutores.

Cronograma
O deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP) protocolou um projeto de lei que estabelece metas para que metade do efetivo dos batalhões da Polícia Militar tenha câmeras corporais em até dois anos. A proporção deve subir para 75% em três anos e 100% em quatro anos.

Tesoura
A iniciativa é uma resposta aos cortes de orçamento feitos pelo governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) no programa de câmeras corporais.

Cobre tudo
A equipe do prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) definiu como meta asfaltar todas as 1.800 vias na cidade que ainda são de terra e não estejam em áreas de mananciais, loteamentos irregulares ou situações similares. Com isso, o emedebista busca mais um trunfo eleitoral com investimento na cobertura asfáltica.