Oi, empregador. Saúde mental agora é problema nosso!
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Isto mesmo. Agora, a saúde mental não é problema apenas meu ou da minha família. Ela também é problema daquele que me emprega. Em 2024, a Portaria 1419 do Ministério do Trabalho e Emprego modifica a Norma Regulamentadora (NR) 01 quanto ao Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, determinando a inclusão dos fatores psicossociais na identificação, avaliação e no controle de riscos ocupacionais.
As NR’s são normas que visam garantir a segurança e a saúde de nós trabalhadores e devem ser seguidas por todo mundo! E vamos lá. Normalmente, a nossa carga horária de empregado é de 40 a 44 horas semanais, tendo uma média de 8h a 9h de trabalho por dia! Pois bem, se eu passo a maioria do meu dia no trabalho, ele tem ou não tem que ser um local seguro e saudável?
Lógico que tem! Por muito tempo, as pessoas achavam que a segurança era resumida ao uso de Equipamentos Individuais de Segurança (EPIs) ou à ergonomia, mas compreenderam que as relações no trabalho possuem um grande potencial de risco de adoecimento.
Mas, por que isso? Porque, assim como qualquer relação, ela possui conflitos, emoções e sentimentos! Simples!
Vamos aos exemplos! Pessoas que trabalham muito mais do que são pagas para trabalhar, possuindo uma carga excessiva não só pelo tempo, mas pelo volume de trabalho!
Estas pessoas estão sempre exaustas, apreensivas, ansiosas e vão, sim, ficar doentes! Outras possuem chefes abusivos que apresentam exigências contraditórias, alinhadas à comunicação não eficaz, à liderança autoritária e a uma falta de empatia gigantesca! Fora aqueles que assediam moral, psicológica e sexualmente! Te conto!
Muitas destas pessoas já chegaram a me relatar em terapia para tratamento de Burnout episódios de pânico ao terem que ir trabalhar.
Fora os ambientes supercompetitivos, influenciados por gestores ou pela própria empresa, que acreditam que a produtividade vem desta estratégia! Que suplício, né?
Eu estou aqui falando do empregado, mas é importante também pontuarmos sobre o empregador! Ele também não deveria lhe querer doente! Afinal, segundo o relatório apresentado no artigo “O Alto Custo do Absenteísmo dos Funcionários”, da Harvard Business Review em 2022, estima-se que o custo total de um funcionário doente para uma empresa pode ser de até 36% de seu salário anual!
Por isto, a NR vem trazendo a obrigatoriedade de ações direcionadas à saúde mental e aos riscos psicossociais que as relações de trabalho ofertam! E valem diversas ações: palestras e treinamentos, implantação de um setor de apoio e acolhimento, oferta de atividades para uma cultura de bem-estar, entre outras!
O investimento em ações efetivas de mudanças relacionais e consequentemente na cultura e no clima organizacional são essenciais. Então, fica a reflexão: “A cultura de bem-estar é a base para a produtividade sustentável”. Harvard Business Review (2021).