A consciência da importância da história do nosso povo
Confira a coluna
Comemoramos ontem o Dia da Consciência Negra! Uma data representativa sobre a importância da consciência étnica racial de um povo que, com muito suor, sangue e lágrimas, contribuiu e contribui para a transformação do nosso País! No ano de 2024, foi decretado pelo atual presidente o dia 20 de novembro como feriado nacional.
E diversos movimentos sociais, que, na verdade, atuam o ano todo, promovem intensas ações de conscientização sobre o tema! Só que a conscientização é diferente de simplesmente incluir na mídia ou na sua empresa uma pessoa negra. Isso nem inclusão é!
A conscientização não significa presença! Presentes, os negros estão no Brasil desde que foram violentamente comprados e escravizados. Ter consciência é compreender a complexidade da sua história, cultura e pensamento!
Quando só temos a presença do negro no espaço x ou y e não lhe é garantida voz e reconhecimento, estamos falando de uma “representação forçada”. E isso serve tanto para uma propaganda de marketing quanto para um conselho municipal público ou conselho privado.
Mas o que seria essa representação forçada? Frequentemente, personagens negros são inseridos em produções e espaços de forma superficial, apenas para cumprir uma demanda de diversidade, sem que suas histórias, complexidades e direitos sejam explorados. “Mas pelo menos eles estão lá! Antes nem estavam!”, dirão uns.
Olha, eu lembro que quando era adolescente via filmes de terror e neles havia sempre um personagem negro. Existia um mito urbano que o personagem negro sempre era o primeiro a morrer!
Esse mito já foi desmentido em uma análise de 50 filmes de terror pela revista Complex, mas a mesma análise apresenta que o personagem negro vai sim morrer, pois raramente ele é o herói!
Essa é a grande crítica à representação forçada, pois neste contexto o sujeito pode até estar lá, mas ele não tem valor algum, pois lhe tolhem sua autenticidade e não há nenhum comprometimento com sua história e sua realidade, isso quando não os estereotipam.
A mesma revista afirma que “pelo menos os personagens negros passam o tempo suficiente para contarem muitas piadas de alívio cômico ou ficarem de pé no fundo, atrás dos brancos heróis...”
A consciência negra exige uma representação que vá além da inclusão simbólica, pois seu foco é valorizar e afirmar a identidade negra de forma completa e genuína. Ao contrário disso, o negro está apenas sendo usado como acessório e não como protagonista! O que é extremamente frustrante para quem luta pela igualdade!
E, por que eu, mulher branca, estou falando sobre isso? Porque é Dia da Consciência Negra e eu quero forçadamente falar sobre o assunto, porque vende?! Não! Porque eu quero que o meu filho, que é negro, tenha milhares e milhões de pessoas reais para se espelhar!
Inclusive, quem me falou para escrever sobre isso foi ele! Pois acredita que quanto mais tivermos a consciência da importância da história do nosso povo, mais legitimaremos quem somos e mais forte seremos!