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Gilmar Ferreira

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Colunista

Gilmar Ferreira

O ídolo na janela

Coluna foi publicada nesta quarta-feira (03)

Gilmar Ferreira | 03/07/2024, 10:49 h | Atualizado em 03/07/2024, 10:49

Imagem ilustrativa da imagem O ídolo na janela
Gabriel Barbosa enxergou que o Flamengo não teme sua partida |  Foto: Estadão/AGIF

Júnior Pedroso, o empresário de Gabriel Barbosa, tem destinado boa parte do tempo de trabalho em contato com dirigentes de Palmeiras, Corinthians, Santos e Cruzeiro. O empresário busca um modelo de negociação capaz de seduzir o Flamengo a liberar o atacante na janela de registros que se abre no próximo dia 10. No Allianz Arena, a questão parece decidida: o clube não gastará para ter em julho um jogador que estará livre no final do ano.

Gabriel Barbosa fez 16 jogos este ano, mas em apenas um atuou por 90 minutos. E fez três gols nos 490 minutos em que esteve em campo. E reparem que o jogador em questão virou o ano na frente dos companheiros de trabalho, “vendendo” imagem de retomada de seus grandes momentos.

Uma recuperação não consumada e que aos poucos desconstruiu a idolatria do artilheiro. Desencanto que hoje impressiona até mesmo os teóricos interessados.

De camisa 10 rubro-negro e faixa de capitão, Gabriel passou a 99 e reserva nem sempre utilizado. Não parece nem sombra do artilheiro que há dois anos fez o gol que deu ao Flamengo a conquista do terceiro título da Libertadores. E que até ali tinha a imagem comparada aos grandes ídolos rubro-negros da “Era Zico”.

A tentativa de fazer da idolatria o gatilho para um aumento salarial, aliada a pouco desempenho, minou o “herói” rubro-negro – essa é a verdade.

Ao longo desses últimos cinco anos, Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, cometeu erros em escolhas de treinadores e pelo dinheiro movimentado na gestão do futebol deveria, sim, ter colhido resultados mais expressivos. No entanto, é impossível deixar de refletir sobre a postura dele na trato com o até então maior ídolo de sua administração. Poucas vezes, um dirigente foi tão realista num cenário tão desfavorável.

Em outros tempos, o artilheiro, o ídolo, o herói ou o craque em má fase, usaria do prestígio junto à torcida e ao mercado para mostrar a insensatez do dirigente. E o cartola, amador e passional, seria mais um a ceder à pressão por uma renovação de contrato em números técnicos e financeiros desafinados e fora da realidade.

Gabriel Barbosa, que ficará fora também do confronto desta quarta-feira (03) com o Atletico-MG, em Minas Gerais, já enxergou que o Flamengo não teme sua partida.

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