De mal a pior…
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (12)
A saída do CEO da SAF do Vasco, Lúcio Barbosa, e da diretora de finanças, Kátia dos Santos, que se demitiram nesta terça-feira (11) pela manhã, piorou ainda mais o cenário que já não era animador. Por ora, a gestão da empresa filiada à CBF (consequentemente à FIFA) está sem os executivos que assinavam seus acordos administrativos e financeiros com os credores e as entidades normativos filiadas à FIFA, como CBF e federação.
Ou seja: em linhas gerais, a empresa criada para impedir que a dívida de R$ 770 milhões inviabilizasse o futebol do clube hoje registrada como participante das competições oficiais, não tem perspectiva de receitas e está acéfala, à deriva no mar revolto. Pior: cercada por tubarões que se materializam assustadoramente na figura de credores que podem atrasar a navegação no ambiente competitivo da Série A.
Formalmente, Pedro Paulo, o presidente do clube, e Paulo Salomão, seu vice, dois dos três membros que hoje compõem o Conselho de Administração do Vasco - SAF, têm de contratar os dois profissionais que assinarão pela empresa.
Sem se descuidar de temerária insatisfação dos membros do Conselho Fiscal da SAF: Carlos Antônio Rodrigues, o presidente, Wander Faria, ambos indicados pela 777, e Marcos Schroeder, indicado pelo clube.
Pelo regimento das Sociedades Anônimas (S.A.), os membros do Conselho Fiscal são considerados “responsáveis solidários” nos danos causados a terceiros, ao lado dos gestores da empresa.
E pelo que as cúpulas do clube e da SAF circulam nos bastidores, as finanças estariam equilibradas até setembro. Os últimos meses do ano estariam descobertos e dependentes de novos aportes, uma vez que o contrato com a 777 está suspenso.
E não para por aí: dentro do plano de recuperação financeira da 777 Partners sugerido por executivos da B Riley Advisory, empresa que assumiu a missão de reestruturar os negócios do grupo americano, está a possibilidade de denunciar o Vasco à FIFA.
A empresa alega ter investido em torno de U$ 100 milhões de dólares (cerca de R$ 500 milhões), sendo afastada por quebra de contrato em decisão monocrática da Justiça comum.
Longe do que possa parecer, a saída de Lúcio Barbosa, neste momento, não deveria ser motivo de festa. Por piores que fossem os resultados do time, havia protocolo de gestão e conhecimento técnico. O Vasco está brincando com seu futuro.