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Gilmar Ferreira

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Colunista

Gilmar Ferreira

Comando argentino

Coluna foi publicada no domingo (25)

Gilmar Ferreira | 26/08/2024, 12:09 h | Atualizado em 26/08/2024, 12:09

Imagem ilustrativa da imagem Comando argentino
Ramón Díaz é um dos quatro argentinos no comando de equipes entre as 16 classificadas às quartas de final das competições Conmebol |  Foto: Rodrigo Coca / Corinthians

Nove clubes brasileiros estão entre os 16 classificados à disputa das quartas de final dos dois torneios promovidos pela Conmebol. Mas apenas três têm times dirigidos por treinadores brasileiros - o Fluminense, com Mano Menezes, o Flamengo, com Tite, e o Cruzeiro, com Fernando Seabra. Os outros são treinados, em maioria, por argentinos (quatro). Fecham a lista um uruguaio e um português.

A diferença dobra se contarmos a nacionalidade dos treinadores dos 16 clubes classificados.

Embora sejam só três os times argentinos ainda na disputa das Copas Libertadores e Sul-Americana (River, Racing e Lanus), são oito os treinadores formados pela Associação Argentina de Futebol na direção técnica das equipes.

Ou seja: metade dos comandantes vem da AFA, sendo quem quatro destes oito estão em clubes brasileiros.

Ramón Díaz e Pablo Vojvoda levaram Corinthians e Fortaleza às quartas da Sul-Americana. E Gabriel Milito e Luis Zubeldia classificaram Atlético/MG e São Paulo às quartas da Libertadores.

Os outros quatro envolvidos com os torneios são Marcelo Gallardo, do River Plate, e Jorge Almiron, do Colo Colo, que se enfrentam pela Libertadores, e Gustavo Costas, do Racing, e Ricardo Zielinski, técnico do Lanus, classificados na Sul-Americana.

A boa fama dos argentinos ao redor do mundo não é novidade, eu bem sei. E a própria presença deles à frente de seis das dez seleções que disputam as eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo de 2026 já é um sinal de que algo por lá está sendo feito de forma diferente. Aliás, quando o torneio começou, em 2023, eram sete - Gustavo Costas, hoje no Racing, foi substituído por Antônio Carlos Zago no comando da Bolívia.

Se lembrarmos que dois dos três brasileiros (Tite e Mano Menezes) são de uma geração revelada há mais de uma década, renova-se a reflexão sobre a formação e a renovação dos técnicos formados no Brasil.

Parte, pelo trabalho ruim da CBF Academy, cujo processo é criticado veladamente por alunos, parte por clubes brasileiros, que têm resistência para aproveitar treinadores recém-formados.

Não tenho duvidas de que esta onda não tardará a afetar o comando da seleção brasileira, que já esteve prestes a ser entregue ao italiano Carlo Ancelotti.

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