“Sapato roto, bolso furado”, diz o ditado popular. Ao contrário, é sinônimo de elegância e boa condição social do usuário. De todo modo, o calçado tradicional produzido no Espírito Santo tem pedras no sapato. O setor reclama da tributação, considerada desigual em relação a outros estados, e da necessidade de importar insumos.

Até o couro de boi usado aqui vem de fora. E subiu de preço com a alta do boi. Além disso, há nas vitrines e passarelas outros tipos de calçados mais em conta, e uma crise aguçada pela pandemia. “Nos últimos meses, cresceu a receita. Nem tanto pelas vendas, mas devido ao reajuste médio de 25% nos preços acelerados pela alta dos insumos”, pontua o presidente do Sindicalçados, José Augusto Rocha.

Curtumes e nó ambiental

A falta de um curtume local produzindo couro é outra pedra nos sapatos. Os que funcionavam, fecharam. Abrir um curtume esbarra na atual legislação ambiental, hoje muito mais rigorosa quanto aos resíduos e o tratamento da água. “É investimento alto, complexo”, aponta Rocha. Ele teme também pelo futuro da atividade de manufatura no novo desenho do mercado. 

FESTIVAL DE MARISCOS E... SANTINHOS – Com sua paisagem de cartão postal, a Ilha das Caieiras se prepara para o tradicional festival de mariscos, dia 8 de setembro, quando se comemora o dia de Vitória. Desta vez, além das tortas, moquecas e congo na trilha sonora, certamente haverá também farta distribuição de santinhos eleitorais.

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Continente de plástico

Juiz do Trabalho e escritor, Carlos Fonseca lançou “Poeira dos olhos”. Eis uma palinha do autor, nascido em São José do Calçado, terra de grandes escritores: “Vou morar no continente de plástico/espalhado pelos oceanos/juntar tudo, declarar independência/fincar bandeira no solo artificial/ lá vou criar bois de resina, galinhas de acrílico/... pescar peixes ensacolados...” 

Castelo verde

O prefeito João Paulo Nali intensificou a poda nas árvores, nas ruas de Castelo, associada ao plantio de novas mudas de oitis, patas de vaca e samambaias. “Ganhamos no paisagismo e no combate ao calor na área urbana”, diz, sobre o plantio inicial de mil mudas.  

Tecnologia contra cachê milionário

Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Sérgio Aboudib não hesita em apontar a evolução digital como importante aliada no combate às fraudes no serviço público. Entre outras, os cachês milionários pagos a cantores – muitas duplas sertanejas na fita –, prática de muitas prefeituras promovidas a título de animar festas e gerar renda, mas que costuma resultar em escândalos. “Agora temos uma poderosa ferramenta de transparência, tipificada como “Cidades-Contratações”, que monitora todos os passos das contratações. Se não impede de todo, restringe muito a prática de sobre preços”, avalia Aboudib.  

Biografia de vida

Autor de livros, leitor assíduo, Sérgio Aboudib prepara o lançamento de sua biografia até dezembro. “Narro particularidades e um pouco da minha experiência na gestão pública, desde a Prefeitura de Vitória até a atuação como secretário do governo Paulo Hartung”, antecipa.

Por onde anda...

A cantora Marcela Lobo, de passagem marcante na cena musical capixaba, agora reside em São Thomé das Letras (MG), onde também é professora. A cidade tem fama de esotérica.

CURTA

TESTE SOCIAL. O atendimento aos indígenas venezuelanos desembarcados em Vitória virou teste para se medir como anda o serviço social chapa branca.

EM SALVADOR. Escritor capixaba Flávio Sarlo lança amanhã seu livro “Aquele Dia na Praia”, ambientado nos anos de chumbo, na Câmara da Cultura da Prefeitura de Salvador (BA).

ATLAS EÓLICO. Edição atualizada do Atlas Eólico do Espírito Santo será apresentada na próxima sexta-feira, na Findes, em Vitória. Resulta de parceria do governo com Alemanha.

PAIXÃO FOTOGRÁFICA. Pode ser vista até domingo próximo a exposição coletiva de fotógrafos capixabas, mestres em fotojornalismo, no Boulevard Shopping Vila Velha.

NO MIS. A capixaba Carla Osório integra o elenco de fotos em exposição no MIS, em São Paulo, apresentadas pelo renomado fotógrafo Walter Firmo.

FILOSOFIA NA PANDEMIA. “De um lado, o celular 5G na palma da mão. Do outro, o vírus das cavernas que não larga do pé”. Entreouvido em fila de padaria.