Desafio de índio nas aldeias de Aracruz agora é reflorestar
Coluna foi publicada no domingo (28)
Unir ciência acadêmica, tecnologia e sabedoria dos povos originários é a receita empregada por novas lideranças indígenas nas aldeias de Aracruz habitadas por tupiniquins e guaranis para reflorestar áreas degradadas, produzir alimentos e enfrentar os extremos climáticos.
O plantio de mudas nativas e frutíferas da Mata Atlântica vem sendo estimulado e praticado, embora nas aldeias haja carência de insumos e sementes. “A gente observa, de uns 10 anos para cá, um novo modo de encarar as adversidades do nosso meio ambiente”, diz a engenheira florestal Bárbara Tupiniquim.
Ela é um exemplo dessa geração que busca formação nos bancos acadêmicos associada ao conhecimento natural. Estudou no campus da Ufes de Alegre e agora atua na Aldeia Pau Brasil, onde foi criada. “Precisamos de mais parceria para reflorestar nossas áreas. E essa pegada do carbono ainda não avançou como deveria”, frisa.
Insegurança ao redor
Se na Bahia há registro recente de crimes contra lideranças indígenas – no caso, Pataxós – atribuídas às milícias rurais, nas aldeias de Aracruz as reclamações maiores são contra os extremos da monocultura e a contaminação hídrica provocada pelo rompimento da barragem de Mariana. Na avaliação de uma médica que atua na área dentro do Programa de Saúde Indígena, o ataque no território capixaba “costuma ser de modo indireto e mais lento”.
Mata ameaçada
Dados da revista Science apontam que, no cenário nacional, 65% das 4.950 espécies do bioma Mata Atlântica encontram-se ameaçadas de extinção. São árvores como pau-Brasil, araucária, jequitibá-rosa, jacarandá, palmito Juçara, angico e abacateiro selvagem. Muitas vezes, são espécies que perderam seus polinizadores e não têm quem disperse as sementes.
Sem identidade visual
Cidade plana e de bom padrão social, Linhares não tem um marco de identidade que se projeta na paisagem. Alguns associam ao cacau, vagamente. Como é hoje, se parece com tantas outras cidades. Colatina tem a ponte e o pôr do sol, Cachoeiro o Itabira, etc. Lideranças linharenses têm usado as redes sociais para criar campanha neste sentido. Mesmo a Lagoa Juparanã, atração natural local, é pouca associada e explorada turisticamente.
Água das praias
Infectologistas apontam expressivo crescimento de doenças de veiculação hídrica, nas últimas semanas, em balneários como Guarapari e Marataízes. A propósito, tramita na Assembleia Legislativa projeto de Fabricio Gandini que obriga prefeituras do litoral a coletar e divulgar análise semanal das águas das praias. E nas areias há o perigo de alimentos contaminados.
Suplementos falsos
Sabe aqueles anúncios de medicamentos e suplementos “milagrosos”, divulgados em sites e TV, muitos impulsionados pela inteligência artificial? Desconfie. Segundo médicos especialistas, 99% são placebo. O 1% fica na margem de alguma possível inovação eficaz.
Curta
TROCA DE NOMES. Em seu mutirão para atender a pessoa trans, a Prefeitura da Serra registrou 35 pedidos para a troca de nome. As solicitações continuam na esfera da Defensoria Pública.
MOENDO CAFÉ. Explicação de especialista sobre a limitação nas vendas dos chamados cafés especiais produzidos nas montanhas. “São saborosos, porém ainda bem caros para a maioria”.
VAGAS EM BANCO. Agora com agências no Espírito Santo, o Banco do Nordeste abre concurso nacional com 410 vagas para analista. Inscrições vão do próximo dia 2 a 9 de março.
CALDEIRÃO. Aberta a temporada de caça aos “bruxos” que vão fazer marketing nas eleições municipais.
SINAL FECHADO. Publicitário Magno Araújo, circulando pelas ruas de Cachoeiro, estrila: obras nas ruas mudaram, para pior, o trânsito já complicado. Reclama, sobretudo, da sinalização.
FILOSOFIA PÓS-PANDEMIA. “Sempre soube que na Abin o que não falta é araponga aparelhada”. Entreouvido em barbearia, noticiário na TV, ao fundo, sobre espionagem.