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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Talidomida: veneno ou remédio?

Coluna foi publicada nesta terça-feira (10)

Dr. João Evangelista | 10/10/2023, 10:24 10:24 h | Atualizado em 10/10/2023, 10:26

Imagem ilustrativa da imagem Talidomida: veneno ou remédio?
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista |  Foto: Arquivo/AT

Medicina é a arte das verdades temporárias, onde soluções viram problemas e problemas viram soluções. Médico há meio século, venho assistindo à perda e posterior retorno do prestígio de vários medicamentos. Drogas amaldiçoadas pelos efeitos colaterais foram redimidas pela eficácia comprovada.

Embora 50 anos tenham se passado desde que a talidomida provocou a maior tragédia da história da medicina, o medo dessa droga ainda provoca arrepios no ser humano.

Quando foi lançada, os estudos indicavam que a talidomida era um medicamento que apresentava baixo risco de intoxicação, sendo considerado seguro e com desprezíveis efeitos colaterais.

Repetidos testes afirmavam que esse fármaco poderia ser empregado no tratamento de uma infinidade de problemas, desde irritabilidade e baixa concentração, até ansiedade, insônia, hipertireoidismo e doenças infecciosas.

Entretanto, seu uso popularizou-se como um fármaco efetivo para o combate aos enjoos matinais que ocorrem frequentemente no início da gravidez.

Com isso, o medicamento passou a ser utilizado em vários países, alcançando rápido sucesso, batendo níveis de venda extraordinários.

Durante algum tempo, os testes não demonstraram toxicidade, e a dose letal não foi estabelecida. Os animais utilizados pela ciência experimental daquela época se restringiam a ratos, aves e porcos. Os experimentos teratológicos eram limitados e pouco empregados.

Após algum tempo, surgiram macabros efeitos colaterais, evidenciando aumento significativo do número de defeitos teratogênicos em recém-nascidos.

Deformidades por alterações no desenvolvimento dos ossos longos dos membros superiores e inferiores, problemas oculares e auditivos, anomalias genitais, neuropatias periféricas e defeitos nos órgãos internos, particularmente rins, pulmões, intestino e coração, além de abortos, ornamentavam a tragédia causada pela droga.

É importante destacar que além da talidomida, outras drogas podem também provocar o nascimento de crianças com malformações.

Por esse motivo, a mulher que suspeita de gravidez deve evitar o uso de qualquer tipo de remédio durante pelo menos os dois primeiros meses de gestação.

A dolorosa experiência da talidomida veio demonstrar que drogas semelhantes precisam ser submetidas a exaustivos testes laboratoriais antes de serem lançadas no mercado farmacêutico.

Todavia, como as soluções e os problemas sempre se alternam em medicina, o banido medicamento voltou ao receituário médico.

Atualmente, a talidomida é empregada como medicamento sedativo, anti-inflamatório e hipnótico. Além disso, ela tem notável ação no combate ao eritema nodoso causado pela hanseníase, doença de Crohn, mieloma múltiplo, Aids e alguns tipos de câncer.

Apesar dos efeitos colaterais, a talidomida é, sem dúvida, um composto eficaz para o combate de diversas enfermidades.

Assim sendo, poderemos novamente nos render aos encantos dessa velha “senhora”, evitando seus perigosos mistérios.

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