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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Em terra de emoção, quem tem razão é rei

Coluna foi publicada nesta terça-feira (20)

Dr. João Evangelista | 20/08/2024, 11:16 h | Atualizado em 20/08/2024, 11:16

Imagem ilustrativa da imagem Em terra de emoção, quem tem razão é rei
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista |  Foto: Arquivo/AT

“Senhor, o sistema vai demorar um pouco para entrar no ar”, disse a funcionária do supermercado. Não tem problema, fique tranquila, respondi. “Quando alguém me pede para ficar tranquila, eu fico mais irritada ainda”, resmungou.

Enquanto fazia minhas compras, tentei entender a razão daquela hostilidade gratuita. Acaso eu despertei algum sofrimento que dormitava no âmago daquela senhora?

Por que algumas pessoas não conseguem gerenciar suas emoções?

Alegria, tristeza, medo, raiva, culpa, inveja, esperança ou desesperança. Há sempre algum sentimento movendo o ser humano.

A raiva demonstra que algo é injusto e nos impulsiona ao encontro da justiça. A tristeza, que algo importante para nós foi perdido. O medo indica alguma ameaça. Nesse sentido, todas as emoções são bem-vindas ou, ao menos, deveriam ser. Cada uma delas é mensageira de algo importante, que deve ser escutado com atenção.

Uma necessidade atendida, ou não atendida, está sempre por trás daquilo que sentimos.

Contudo, não quero dizer com isso que não devemos considerar a razão em nossas tomadas de decisões. “Sinto, logo sou”. “Penso, logo existo”.

Quando alguém é assaltado, por exemplo, em um primeiro momento irá sentir medo. Ao se sentir seguro novamente, ficará com raiva por ter sido agredido.

Aí, bate aquela tristeza pelas coisas que foram tiradas dele. A partir deste instante, é importante que a pessoa saiba identificar como funciona esse processo no seu organismo, acessando novamente a alegria por estar vivo e ter a oportunidade de conquistar tudo novamente.

Arrastando baixa autoestima, solidão, angústia e dor, a tristeza tempera outras emoções.

Períodos de tristeza reduzem nossa capacidade de prestar atenção a todos os estímulos externos ao nosso redor. A razão para isso vem do cérebro, que tenta nos dizer que é hora de parar e pensar, refletindo sobre vários aspectos de nossas vidas.

Tristeza é um aviso. A perda de energia e a fadiga geradas por ela são apenas os sintomas de um problema que devemos resolver.

Às vezes, o próprio cérebro nos alerta sobre algo que nossa impetuosa emoção falha em assumir. “Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo”. A emoção ilumina a consciência da razão.

Tristeza também serve como instinto de preservação. Muitas vezes, ela nos convida à retirada, visando nos desconectar temporariamente de nossa realidade, para conservar nossos recursos. Isso é frequente quando, por exemplo, estamos decepcionados. Nessa situação, será mais saudável refletir algum tempo em toda a intimidade, a fim de salvaguardar nossa autoestima e integridade.

Longe de ver a tristeza como uma desordem a ser tratada, devemos considerá-la como uma voz interior, uma companheira da razão, essencial para o crescimento do ser humano.

Não somos responsáveis pelas emoções, mas sim pelo que fazemos com elas.

“Não rimos várias vezes da mesma piada, mas choramos várias vezes da mesma tristeza”.

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