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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Defesas não imunológicas do corpo

Coluna foi publicada nesta terça-feira (25)

Dr. João Evangelista | 25/06/2024, 11:00 h | Atualizado em 25/06/2024, 11:00

Imagem ilustrativa da imagem Defesas não imunológicas do corpo
A imunidade adquirida é responsável por combater agentes invasores no organismo |  Foto: © Divulgação/Canva

Considerada o “anjo da guarda” do organismo, a imunidade adquirida surge ao longo do desenvolvimento do indivíduo, sendo bastante especializada.

Para atuar, ela necessita do contato com um agente invasor, o qual desencadeará uma série de eventos que levam à ativação de determinadas células e síntese de anticorpos.

A imunidade adquirida pode ser classificada em humoral e celular, mediados pelos anticorpos e linfócitos T, respectivamente.

Dotado de memória, o sistema imune é responsável pela defesa em longo prazo. Quando expostos a um agente causador de doença, desencadeamos uma resposta dessa proteção.

Durante essa ação, temos a formação de células de memória, as quais podem sobreviver por vários anos.

Quando expostos novamente à mesma ameaça, a resposta do sistema imune é mais rápida e mais forte, devido à ação dessas células de memória.

A lembrança imunológica é o motivo pelo qual as vacinas são eficazes. Quando um organismo morto ou atenuado é inoculado em uma pessoa, ocorre estimulação do sistema imune.

Caso o indivíduo tenha um novo contato com esse mesmo agente, seu sistema imune responderá de forma rápida, evitando a infecção.

Antes de contar com o sistema imunológico adaptativo para protegê-lo, o corpo lança mão de barreiras naturais, verdadeiras fortalezas que impedem a ação de bactérias, vírus, fungos, protozoários, entre outros antígenos.

Defesas não imunológicas incluem barreiras anatômicas e fisiológicas, que impedem a entrada de patógenos no corpo.

Alterações que danifiquem ou ultrapassem essas barreiras, frequentemente levam à infecção. Entre os exemplos, destacam-se queimaduras, cateteres, intubações e cirurgias.

As defesas das vias respiratórias dependem do muco que aprisiona os micróbios, da ação dos cílios e da tosse, que eliminam os microrganismos do aparelho respiratório.

Vírus respiratórios podem inibir a ação ciliar ou desnudar a mucosa, possibilitando a colonização de bactérias. Acidente vascular cerebral e medicamentos podem reduzir o reflexo da tosse, levando à depuração deficiente das secreções, do muco e dos germes, culminando em infecção pulmonar.

Acidez gástrica, vômito e diarreia são defesas não imunológicas que ajudam a eliminar patógenos do trato gastrointestinal.

O sistema urinário é protegido pelo fluxo e acidez da urina. Condições que interferem nesses fatores, como hipertrofia de próstata e cálculos, podem levar à estase e infecção.

A flora microbiológica da pele, do sistema respiratório e digestivo, constitui um importante componente de defesa. Algumas bactérias cutâneas, por exemplo, secretam ácido, que impede a colonização por espécies que têm probabilidade de causar doença.

Órgãos que eliminam microrganismos da corrente sanguínea e da linfa, incluindo o fígado, o baço e os linfonodos, cumprem um papel essencial após algum patógeno ter rompido a blindagem anatômica.

O corpo sabe que não existe direito à vida sem o direito à defesa da vida.

Imagem ilustrativa da imagem Defesas não imunológicas do corpo
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista |  Foto: Arquivo/AT

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