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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Badejo é uma delícia!

Coluna foi publicada nesta terça-feira (23)

Dr. João Evangelista | 23/07/2024, 10:31 h | Atualizado em 23/07/2024, 10:31

Imagem ilustrativa da imagem Badejo é uma delícia!
Moqueca de badejo: peixe carrega propriedades nutricionais valiosas |  Foto: © Divulgação/Canva

Fascinante na aparência e no comportamento, o badejo é geralmente encontrado nadando sozinho ou em pequenos grupos, preferindo se esconder durante o dia em tocas e saindo para caçar quando escurece. Este delicioso peixe possui uma expectativa de vida longa, podendo alcançar três décadas. Sua reprodução acontece durante o verão, quando os machos fazem exibições para atrair as fêmeas. Estas colocam seus ovos em áreas protegidas, como recifes ou corais, onde eles eclodem e se desenvolvem, até se tornarem adultos.

O badejo é encontrado em praticamente todo o litoral brasileiro, pescado entre o sul da Bahia e o Espírito Santo. Com sabor indiscutível, esse nobre peixe proporciona altos valores nutricionais. Entre seus benefícios, é rico em ômega 3, sais minerais, ferro, flúor, cobalto, potássio, magnésio, selênio, fósforo e vitaminas.

Além do oceano, o chamado “peixe padre” pode ser encontrado dentro de uma panela de barro, envolto por tomate, coentro, azeite de oliva, alho, cebola e sal, numa pequena e charmosa vila de pescadores, denominada Meaípe, balneário que tem a moqueca atrelada à sua gastronomia.

Comer moqueca de badejo no restaurante “Cantinho do Curuca” é um convite ao prazer, um deleite ao paladar, um regalo ao apetite. O pai de Curuca gostava muito de pescar. Entre as senhoras de Meaípe, sua esposa era a que sempre fazia a melhor moqueca capixaba, diziam os clientes.

Jailton Nascimento, filho mais velho, era o cozinheiro do barco, herdando o dom de cozinhar da mãe. Como nauseava, permanecendo tanto tempo no mar, Curuca decidiu mudar de vida e vender “espetinhos” na praia, primorosamente feitos pela esposa Marinete.

Estavam tendo sucesso nas vendas, quando o prefeito da época mandou tirar os quiosques da praia de Meaípe.

Tendo feito clientela, Jailton e Marinete montaram um puxadinho no terreno ao lado da praia e ali começaram a história do “Cantinho do Curuca”.

No começo, a sogra e a mãe auxiliavam no preparo da moqueca. Hoje, o genro Wanderley Souza Nascimento e os filhos Cláudia e Rodrigo ajudam a gerenciar o charmoso restaurante.

Ao contrário da moqueca baiana, também saborosa, mas um tanto pesada, a moqueca capixaba não leva azeite de dendê e leite de coco. Em nosso Estado, o azeite utilizado é o de oliva, tornando o prato mais leve. Além disso, a panela de barro, tradição indígena, é presença obrigatória na preparação da moqueca, contribuindo para a redução da acidez do tomate e sabor do peixe.

No Espírito Santo, a relação entre índios e portugueses possui um peso maior do que a africana-portuguesa dos nossos irmãos baianos.

Os primeiros relatos do referido prato vêm de 1554, quando o padre português Luis de Grã relatou que os índios assavam carne humana na labareda conhecida como “moquem”.

Em 1584, o padre Fernão de Cardim comentou que peixes e outros alimentos eram moqueados. Nascia a moqueca. Dentro da panela de barro, surgia o aroma, o tempero, o badejo e o desejo.

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