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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

A importância dos gases intestinais

Coluna foi publicada nesta terça-feira (17)

Dr. João Evangelista | 17/09/2024, 11:32 h | Atualizado em 17/09/2024, 11:32

Imagem ilustrativa da imagem A importância dos gases intestinais
Produção de gases intestinais é natural e está atrelada à fatores como a ingestão de ar pela boca, alimentação e genética |  Foto: Canva

“Doutor, será que estou grávida?” “Não, essa distensão abdominal é devida a presença de gases”, responde o médico.

Anos depois, este encontra com aquela senhora, de mãos dadas com uma criança, e pergunta: “É seu filho?”

“Sim”, responde a mãe. “Mas, para o senhor deve ser um ‘pum’ vestido de marinheiro”.

É natural que o ser humano produza gases intestinais, embora seu excesso possa trazer desconforto físico e constrangimento social.

Um quadro de flatulência costuma acontecer pela ingestão de ar pela boca, pelo consumo excessivo de fibras, carboidratos, carnes e outros alimentos ricos em proteínas. Fatores, como genética e má alimentação, também podem causar flatulência. Além disso, alguns indivíduos têm deficiência de enzimas para a digestão, provocando fermentação das bactérias. Existem situações em que o excesso de gases, acompanhado por diarreia ou prisão de ventre, ocorre juntamente com intolerâncias alimentares.

Bactérias intestinais decompõem parte do conteúdo, através de fermentação. Esse processo produz gases e subprodutos denominados ácidos graxos, sendo reabsorvidos e utilizados em vias metabólicas relacionadas à imunidade e à prevenção do desenvolvimento de doenças. Os gases podem ser reabsorvidos, através da parede intestinal à circulação e eventualmente exalados pelos pulmões ou excretados pelo tubo intestinal.

Fisiológicos ou patológicos, flatos geram questionamentos sociais e médicos; afinal não se deve soltar “bufas” em público, mas também não é aconselhável prendê-las no intestino. A verdade é que apesar de gerar incômodo e ter odor escatológico, todo mundo tem gases e precisa eliminá-los.

Tentar segurar o “pum” eleva a pressão abdominal, produzindo desconforto. Além disso, dependendo da força dos gases dentro do abdome, há risco de aumento da pressão arterial nas veias do ânus, provocando a formação de hemorroidas.

Soltar “traques” é considerado um tabu social, embora tal ato não passe de uma ação normal e fisiológica do organismo.

Apesar de quase todo mundo fazer cara feia, existem muitos benefícios em eliminar gases, além do esperado alívio.

Quando conseguimos identificar, através do odor dos gases, como nosso intestino anda funcionando, repensamos sobre nossos hábitos alimentares.

Por exemplo, alimentação condimentada, cheia de proteínas e carboidratos, deixam o “pum” fétido, enquanto dietas ricas em fibras, produzem gases neutros.

Liberar gases intestinais evita inchaços e cólicas abdominais.

Ninguém confessa, mas o ser humano gosta de sentir o cheiro do próprio “pum”. Consideramos repugnante o flato de uma pessoa estranha, mas não vemos nenhum problema em sentir o odor de nossas “bufas”.

Nada disso surge do acaso. Gases podem dizer muito sobre nós. “Puns” são eficientes sinais de alerta de como se encontra nossa saúde. Em ambientes propícios, respeitando as circunstâncias que os bons costumes exigem, o espocar do fisiológico “rojão” está comemorando a saúde.

Imagem ilustrativa da imagem A importância dos gases intestinais
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista |  Foto: Arquivo/AT

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