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Coluna do Estadão

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Estado de São Paulo

Pablo Marçal ainda não representa ameaça a Bolsonaro

Coluna foi publicada no domingo (25)

Roseann Kennedy, Eduardo Gayer e Augusto Tenório | 26/08/2024, 11:45 h | Atualizado em 26/08/2024, 11:45

Imagem ilustrativa da imagem Pablo Marçal ainda não representa ameaça a Bolsonaro
Especialistas afirmam que Pablo Marçal ainda não apresenta ameaça real a Jair Bolsonaro dentro da direita |  Foto: Reprodução/Youtube

Candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, avança sobre o bolsonarismo e abala diretamente a campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Entretanto, não pode ser visto, por ora, como uma ameaça ao próprio Jair Bolsonaro (PL), na visão de especialistas.

A lavação de roupa suja entre eles, nos últimos dias, ratifica a tese. “É Marçal quem depende de Bolsonaro e não o contrário. É ele quem faz questão de permanecer identificado ao ex-presidente. Ele apela ao pedir o dinheiro, de forma retórica. Depois diz ficar satisfeito em 'manter o nós'”, observa o cientista político Leandro Gabiati. “Não dá para saber ainda se há o surgimento de um marçalismo”, afirma Rodrigo Prando, cientista político e professor de sociologia da Universidade Mackenzie.

ALERTA.“Todos os 'ismos' - lulismo, bolsonarismo, marçalismo - trazem à tona a ideia de um líder não raro populista, de caráter messiânico, e salvacionista. Só que agora hipertrofiado e turbinado pelos algoritmos das redes”, diz Rodrigo Prando.

DIFERENÇA. Apesar dos perfis parecidos, ainda é Bolsonaro que mantém a liderança da ultradireita e poder político. Ele tem mandatos de deputado e presidencial no currículo, está em um partido grande e participa da articulação de alianças. A manutenção dessa força depende diretamente do tamanho de sua reação a Marçal.

PRÓS E CONTRAS. Por estar numa sigla pequena, Marçal consegue radicalizar mais no discurso. “Mas também rompe possíveis alianças com outros partidos, ainda que fosse eleito”, diz Paulo Niccoli Ramirez, professor de sociologia. Mesmo assim, ressalta: “Marçal confunde e abala o espectro da ultradireita no País”.

VITAL. A decisão do PT de se aproximar do segmento evangélico não é apenas estratégica neste ano, mas crucial para sua sobrevivência. Com tal raciocínio, o cientista político Vinícius do Valle, diretor do Observatório Evangélico, entende que a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, acertou ao lançar cartilha para se comunicar com esses eleitores.

ANÁLISE. “Se os evangélicos continuarem inclinados a votar em candidatos e partidos de direita na mesma proporção que votaram em 2022, a esquerda corre o risco de perder a sua viabilidade eleitoral, em eleições majoritárias, em um futuro próximo”, afirmou Vinícius do Valle à Coluna.

NA AGENDA. Apesar das eleições que deixam o Congresso esvaziado, o presidente da Comissão de Educação do Senado, Flávio Arns (PSB), espera realizar 10 audiências públicas sobre o Plano Nacional de Educação. Ele agendou encontros a partir desta segunda-feira (26).

PODE FICAR. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou ao Broadcast/Coluna que o diretor-presidente substituto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Tiago Sousa Pereira, tem condições para ser efetivado. Ele espera uma decisão em setembro. Como mostrou a Coluna, a Anac - que regula o setor de aviação no País e acompanha as investigações da queda do avião da Voepass - está sem diretor-presidente desde abril de 2023 por falta de entendimento entre o governo Lula e o Centrão em torno da indicação.


Pronto, falei!

"Silvio Santos fazia do camarim espaço para trocar ideias com seus diretores. Com seu poder de persuasão, entrávamos com as nossas e saíamos com as dele” - José Occhiuso, jornalista

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