Lula se irrita com brigas no PT e cobra mudanças no discurso
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O presidente Lula disse a interlocutores que está preocupado com a “lavação de roupa suja” no PT e o futuro do partido. O receio é de que esse estica e puxa tenha impacto na construção de uma nova fisionomia da sigla, mais ao centro, para a campanha de 2026. A ordem, agora, é antecipar ao máximo a temporada de discussões que põem o PT no divã. A partir de amanhã, por exemplo, a Fundação Perseu Abramo e a cúpula petista vão promover uma série de debates preparatórios para um seminário intitulado “A Realidade Brasileira e os Desafios do Partido dos Trabalhadores”, que será realizado em 5 e 6 de dezembro. Lula cobra um freio de arrumação no discurso do PT, que precisa atrair os chamados empreendedores, após o mau resultado nas eleições municipais.
ESQUENTA. Os painéis abordarão temas como realidade brasileira e contexto internacional, novo mundo do trabalho e comunicação e as novas formas de sociabilidade. Todos esses assuntos voltarão à berlinda no mês que vem, durante seminário que contará com a presença de Lula, em Brasília.
TEM MAIS. A outra etapa do confronto no PT ocorrerá em junho de 2025, quando haverá a eleição do novo comando do partido, se o cronograma não for antecipado. Hoje, o maior racha está na corrente de Lula, a Construindo um Novo Brasil (CNB).
AGORA VAI. Senadores, deputados e vereadores poderão recorrer à inteligência artificial, em breve, para acelerar os trabalhos. A organização sem fins lucrativos Legisla Brasil lançará em 2025 uma plataforma que vai oferecer embasamento técnico para projetos de lei. Inicialmente, a versão básica será gratuita.
HOLOFOTE. De olho no futuro da esquerda paulista, uma ala do Palácio do Planalto quer que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) assuma espaço de destaque na Câmara, como uma presidência de comissão. Todos os colegiados serão reformulados em fevereiro de 2025 com a eleição da nova Mesa Diretora.
TRAUMA. Esse mesmo grupo entende que Boulos, virtual candidato de Lula ao Senado, em 2026, deveria ter assumido um ministério no governo bem antes da campanha para a Prefeitura de São Paulo. Seria uma estratégia para ganhar visibilidade.
ALERTA. Ainda no Planalto, assessores mais pragmáticos são contrários a mudanças nas agências reguladoras, ideia anunciada informalmente pelo ministro Rui Costa (Casa Civil), como revelou a Coluna. A tese é de que não vale a pena o desgaste por alterações que não serviriam aos atuais integrantes das agências.
FIGURINO. Virou quase um código de vestimenta na Avenida Faria Lima, em São Paulo, o colete acolchoado usado por executivos. O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, aderiu. Gostou tanto que encomendou de várias cores, com a marca de produtos do banco indicada no peito.
EM ALTA. Há alguns anos esse coletinho vem fazendo moda entre investidores do Vale do Silício (EUA) e CEOs de corretoras e bancos digitais em São Paulo. Noronha conta que usou a primeira vez para enfrentar um dia frio no trabalho. Hoje, os colegas no banco têm vários modelos.