“Blocão” ajuda sem nada em troca. Por enquanto
Cláudio Humberto
Simpatia é quase amor, mas por enquanto o presidente Jair Bolsonaro e os partidos do “Centrão” ou “Blocão”, que reúnem 351 parlamentares na Câmara, não falam em casamento de papel passado. Mas combinaram unir forças contra a Covid-19. Os líderes do grupo afirmam que não há espaço para “apoio cego”, sem senso crítico, até porque o momento é agir contra a pandemia. Mas têm elogiado as “conversas propositivas” e as frequentes reuniões em videoconferência com o Palácio do Planalto.
Projeto piloto
A proposta que substitui o Plano Mansueto, de socorro aos estados, é um projeto-piloto. Se der certo, o casamento com o presidente Bolsonaro será celebrado.
Pontos consensuais
Cerca de R$ 35 bilhões servirão para compensar a perda de receita do ICMS e será estabelecido “espaço fiscal” para ampliar o endividamento.
Mesmo barco
“Estamos todos no mesmo barco”, diz o líder do grupo, deputado Arthur Lira (AL), defensor da aproximação neste momento de crise.
General político
O ministro Luiz Eduardo Ramos (Governo) é um dos principais artífices da aproximação com o Blocão. Hábil e paciente, tem agradado muito.
Interesse de Doria garantiu sobrevida a Mandetta
A aparente pacificação das relações do presidente Jair Bolsonaro com o ministro da Saúde parece haver desapontado o governador João Doria (PSDB). Não pela paz no lado inimigo, mas porque ele estava louco pela jogada de nomear Luiz Henrique Mandetta para a Secretaria de Saúde. Ao ser advertido dessa possibilidade, Bolsonaro avaliou que seria mais inteligente manter o ministro do que entregá-lo ao projeto adversário.
Mais um na lista
Não há informações oficiais sobre um plano para atrair Mandetta, mas, caso consumado, seria mais um ex-ministro no secretariado de Doria.
Paulistério de Doria
Na equipe de Doria há vários ex-ministros como Rossieli Soares, Sergio Sá Leitão, Henrique Meirelles, Alexandre Baldy e Vinícius Lummertz.
Grande chance
Com Mandetta o governo federal se livraria do atual secretário, José Henrique Germann, cuja atuação é avaliada como “fraca” até por tucanos mais crentes.
Só pensam naquilo
O governador gaúcho Eduardo Leite é mais um gestor público a dar exemplo, reduzindo o próprio salário em 30%. Enquanto isso, políticos da espécie de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre se fingem de mortos.
Pendurado na brocha
O MDB deixou o deputado Osmar Terra (MDB-RS) pendurado na brocha, quando o Ministério da Saúde esteve na sua mão. Mas se saiu bem: em todas as conversas sempre dizia não ser necessário demitir Mandetta.
A aproximação de Bolsonaro com o “Blocão” liderado pelo Progressistas fez ressurgir o nome do deputado Ricardo Barros (PR) para voltar ao Ministério da Saúde, que chefiou durante o governo Michel Temer.
Abril pior
Para a FGV, os resultados de queda do índice de confiança do consumidor e do “índice de sentimento do Twitter”, sinalizam uma queda ainda mais forte da confiança do brasileiro no mês de abril.
Isso vicia
Ideia de prorrogar mandato de prefeitos e vereadores até 2022, devido à Covid-19, pode ser “viciante”, segundo Francis Ricken, mestre em Ciência Política. “Pode abrir caminho e ser fatal para o sistema democrático”.
Nível “aceitável”
Ao comentar a letalidade do coronavírus no Brasil, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber, disse esperar que a taxa real fique em torno de 0,5% e 1% dos casos com o aumento dos testes.
Problema orçamentário
O grande número de municípios no Brasil agravou os gastos públicos. “Hoje, há um funcionário público para cada 13,6 brasileiros”, diz o advogado Cloves Souza, para quem a solução não é simples.
Outros inimigos
A cobertura monotemática do coronavírus faz parecer que ele é o único problema atual, mas o Butantan elevou a produção de vacinas contra a gripe em 13%. Serão entregues 75 milhões de doses para todo o País.
Perguntar não contamina
Se vão mandar prender quem estiver na rua, por que libertaram quem estava preso?
PODER SEM PUDOR
Israel Pinheiro era presidente da Cia. Vale do Rio Doce e tentava convencer um engenheiro americano, recém-contratado, a embarcar num pequeno avião para conhecer uma jazida da empresa. O americano morria de medo de avião, mas Israel garantiu que o bimotor era seguríssimo.
Quando chegaram no aeroporto Santos Dumont, o americano entrou em pânico: o aviãozinho era um minúsculo monomotor. “O senhor me disse que era um bimotor...”, queixou-se. “Pois é, são dois motores. Um fica no avião e outro na revisão”, informou Israel.
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Cláudio Humberto,por Cláudio Humberto