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Claudia Matarazzo

Claudia Matarazzo

Colunista

Claudia Matarazzo

Tendência ou inovação?

O cliente pediu, mas você é (e deve se colocar sempre) como autoridade. Imponha seu ponto de vista usando a autoridade do conhecimento

Claudia Matarazzo | 18/05/2023, 13:43 h | Atualizado em 18/05/2023, 13:44

Imagem ilustrativa da imagem Tendência ou inovação?
Claudia Matarazzo, colunista do jornal A Tribuna |  Foto: A Tribuna

Cerimonial social: até que ponto exercer a criatividade sem prejudicar o ritual? Essa pergunta colocada pela colega cerimonialista Cris Mesquita, assim como suas preciosas reflexões aqui compartilhadas, convida a uma reflexão mais detalhada sobre o assunto!

É fato que os eventos sociais ganharam grandes proporções e ultrapassam limites do razoável – hoje tornaram-se megaeventos: tanto no número de convidados quanto com uso de superestruturas e decorações que beiram o bizarro. Em se tratando de evento social, o céu é o limite!

Leia mais sobre Claudia Matarazzo aqui

Os casamentos, que antes eram comemorações em família viraram eventos, não mais festas, – onde, muitas vezes, além do exagero, ainda não respeitam o rito religioso: começando já nas entradas dos pets como porta-aliança ou até mesmo como par no lugar do pai na entrada da noiva. 

Nada tenho contra pets, mas sou uma fanática por coerência – sem a qual, muita coisa importante pode se perder (e perder o sentido) nessa vida já caótica. 

Temos hoje uma gama de comemorações no cerimonial social: chá revelação, festas de 15 anos, batizados, bodas de prata e outro, aniversários, funerais.

Cerimonialista ou babá de bêbado? O que mais vemos são jovens que não conhecem o conceito básico da profissão, que é: sobriedade, respeito às regras (de qualquer que seja a cerimônia) e conhecimento.

Não se trata de levar o véu da noiva até o altar, mas de permitir que sua entrada aconteça de forma fluida, sem interferência inclusive da própria profissional atrapalhando e/ou participando como vemos por aí.

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Menos é mais – nessa profissão, esse deve ser o mantra: tudo “mega” torna-se mais caro, mais difícil de administrar e passível de mais críticas. Importante se atentar para situações de muito incômodo para o convidado: muita gente, pouco espaço, fila em bufê, briga para sentar, mesa lotada por vasinhos e acessórios onde mal podem se movimentar para comer.

O cerimonialista social deve ser guardião e respeitar as normas e ritos religiosos, independente do credo, e sempre usando o bom senso.

Para cada uma dessas cerimônias, existe um rito, uma norma, uma tradição, que precisa ser respeitada.

Planejar não basta, é preciso estudar para ter segurança, mas também treinar muito para executar com facilidade. Treino com a equipe e muito diálogo com o cliente. Diálogo esse que inclui argumentação firme:

- Por que você quer que seja assim? (ainda que seja “o sonho”, ele precisa entender que sonho se ajusta a espaço, orçamento, ocasião). 

- Isso quase nunca dá certo (ou é muito arriscado). 

- Existem alternativas melhores (esteja pronto para apresentar mais de uma). E, finalmente: 

- Isso fere a norma – você não vai pagar esse mico e se expor assim.

O cliente pediu, mas você é (e deve se colocar sempre) como autoridade. Imponha seu ponto de vista usando a autoridade do conhecimento que você deveria ter. Não vai perder o cliente, ao contrário: vai impressioná-lo e fazê-lo ver outros pontos de vista.

Assim, ele começará a entender a importância da coerência e dos eventos bem encadeados de maneira envolvente, elegante e harmoniosa e não apenas pensados para causar.

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