Sua casa, sua vida
O prazer que tenho hoje em morar em minha própria casa é infinitamente maior. Cada rotina tornou-se mais agradável e sensorial
Você é daqueles que fica em casa apenas para dormir e, eventualmente, jantar? Ou você curte seu canto sempre que pode, cuida dos mínimos detalhes e, cada vez mais, aprecia pequenas reuniões, muitas vezes em sua própria casa?
Seja qual for seu perfil, esse assunto te interessa. E, acredite, vai fazê-lo rever alguns conceitos. Venho pensando no quanto deixamos de investir em nossos lares, priorizando pouco os espaços quando o assunto é “manter e melhorar”.
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O novo luxo. Existem dois conceitos de imóveis de luxo que dominam o mercado: o primeiro, são aqueles imensos que incluem espaços como varanda gourmet, cozinha americana, adega, home theater, home office, studio, spa, ufa! Beleza. O imóvel comporta, o bolso também e, mais adiante, haverá um batalhão de prestadores de serviços para manter isso tudo.
O segundo tipo de imóvel é o inverso. Um espaço super reduzido, porém, mega bem situado. É o metro quadrado mais caro do estado, quiçá do País – e o dono sente que adquiriu uma joia que vai lhe dar pouco trabalho e muito prestígio.
Nos dois casos é investida uma fortuna na estrutura, reformas, e acabamentos e, quando chega o momento de viver bem nesses lugares, invariavelmente sobra pouco para investir no que de fato vai proporcionar bem-estar aos moradores.
Ninguém calcula em um projeto de reforma (ou compra) o que se gasta em forrações de móveis, paredes e artigos de cama e banho. E se você está pensando que toalhas de banho e travesseiros são detalhes, engana-se.
O pulmão da casa. Se a cozinha é o coração da casa, posso afirmar que o pulmão é o quarto e o banheiro. Espaços íntimos, onde você repousa, sonha, e os últimos bastiões de privacidade nesse mundo de exposição. Neles, você se permite respirar e se reorganizar sem interrupções. E, por isso mesmo, neles deveria investir mais e melhor em cada item que vai usar.
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Não é luxo, é saúde. Um exemplo disso (que me motivou a compartilhar esse texto) foi um simples travesseiro. Não o de plumas de ganso (que custa R$ 1.400), mas o feito de kapoque – uma fibra asiática similar a paina –, que me custou R$ 400 em três vezes e mudou minhas noites e, consequentemente, meus dias também.
O mesmo posso dizer das toalhas de banho que troquei em um impulso. De “ótima qualidade”, mas durando inacreditáveis 15 anos, não aguentava mais ver nem usá-las. Ora, me apaixonei por um produto mais fino, mais leve e muito mais macio, que surgiu há alguns anos e que eu desconhecia por comprar sempre pelo melhor preço.
Hoje, uma vez por dia me entrego ao abraço dessas toalhas (sem falar no momento de beijar a de rosto) que me envolvem com um toque tão ou mais agradável que o de experientes amantes.
Pirei? Talvez um pouco. Mas o prazer que tenho hoje em morar em minha própria casa é infinitamente maior. Cada rotina – por menor que seja – tornou-se mais agradável e sensorial.
Gastei uma fortuna com isso? Não. Apenas me permitir priorizar o meu (imenso) prazer em (pequenos) detalhes que fazem grandiosa diferença.
Deixei de ser mesquinha comigo mesma. E recomendo fortemente esse exercício!
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