Casal faz ensaio de casamento em cemitério no ES
A noiva, que é coveira, escolheu o local inusitado para os cliques por ter sofrido preconceito por causa de sua profissão
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Moradores de São Mateus, Fabiana do Nascimento, 40 anos, e Adriano da Rocha, 28 anos, apostaram em algo que pode ser diferente para algumas pessoas e escolherem o Cemitério Central da cidade para fazer o tradicional ensaio fotográfico para celebrar o casamento, que aconteceu no início deste mês.
Para o casal, o local tem um significado especial, já que ela é coveira e ele, agente funerário. Foi justamente entre um velório e outro que os dois se conheceram, em dezembro de 2022. A ideia em realizar o ensaio fotográfico de casamento no cemitério partiu de Fabiana, que sempre desejou até que a celebração acontecesse no local.
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A coveira, que era divorciada, admitiu que um dos motivos que a fizeram escolher o lugar inusitado aconteceu depois que os pretendentes dela sempre se afastavam quando descobriam sua profissão.
Fabiana contou que se dedica há quase 20 anos ao trabalho em cemitérios, ambiente no qual conseguiu criar os dois filhos. Um deles, inclusive, também se tornou coveiro.
“As pessoas têm muito medo, têm tabus. Perguntei ao meu marido se ele queria quebrar esses tabus, de se casar no cemitério, junto comigo, assim que ele concordou, nós fomos”.
Adriano, que topou a ideia na hora, disse que fez apenas uma observação. “Eu disse: 'Ah, vai! Só não quero o casamento, mas as fotos eu tiro!'”. Ele lembrou o primeiro encontro dos dois.
“Perguntei se ela era casada. Joguei uma cantada nela. Falei: 'é, seu marido deve ser muito sortudo, porque você é simpática, conversa bem, despachada, trabalhadora”.
O casamento dos dois foi oficializado no dia 1º deste mês e, logo em seguida, o casal foi para o cemitério para registrar a união.
Fabiana e Adriano escolheram a fotógrafa Monique Lemos para registrar a celebração de casamento. Ela afirma que nunca fez nada parecido antes. “No início, eu fiquei um pouco surpresa, porque é algo diferente”, contou Monique.
“Depois do convite e do medo em saber que o trabalho seria em um cemitério, perguntei sobre a história deles, questionei algumas coisas e em seguida a Fabiana me contou.” A fotógrafa disse que “usou e abusou” da criatividade e, no final, deu tudo certo.
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