Redes em excesso trazem prejuízo para todas as idades, afirma especialista

Marina Cunha diz que as redes sociais usam mecanismos para manipular |  Foto: Divulgação

Aprender a estabelecer limites e criar momentos de desconexão se tornaram essenciais para proteger a saúde mental e preservar a qualidade das relações pessoais. 

O uso consciente da tecnologia é uma habilidade que precisa ser desenvolvida, tanto em adultos quanto em crianças e adolescentes e até mesmo idosos. Isso porque as redes sociais e telas em excesso  trazem prejuízo para todas as idades, como alerta a  médica Marina Cunha Pazolini, especialista em Medicina do Estilo de Vida.  

“Nas crianças, afeta o processo de aprendizagem, criatividade, raciocínio, resiliência e atenção. Nos adolescentes e adultos jovens, além dessas perdas, traz também  ansiedade, depressão, distúrbios de imagem, problemas de sono e de autoestima”, observa. 

Ela completa: “Para adultos, o excesso de redes sociais também está relacionado a distúrbios de sono, pressão por sempre mostrar felicidade na rede social, a obrigação de estar sempre feliz, chamada de positividade tóxica. Passa-se a acreditar em uma vida fake, e ignorar a vida real”.

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Ela explica ainda que as redes sociais, principalmente, usam de vários artifícios e mecanismos para manipular.

“Somos recompensados com corações, curtidas, joias, e confundimos isso com valor e com verdade. Isso gera uma geração inteira mais ansiosa e deprimida, os adolescentes são mais vulneráveis a isso”. 

Por isso, a psicóloga Sabrina Amaral, especialista em neurociência do comportamento, alerta os pais de que o uso saudável tem de ser aprendido desde a infância. 

“É importante ensinar as crianças sobre o uso responsável e saudável das redes sociais desde cedo. Modele comportamentos equilibrados, estabeleça limites de tempo e promova a importância de atividades off-line”.

As notificações constantes também podem trazer a sensação de urgência e estresse e podem levar a um uso compulsivo das redes sociais.  

Além de colocar uma rotina para o uso dos dispositivos, movimentar o corpo, ter uma boa alimentação e um sono reparador  também ajudam  muito no combate à “ansiedade digital”, segundo a fisiologista Bianca Vilela, consultora  em saúde corporativa. 

“A grande questão é o desequilíbrio. Não somos obrigados a estar on-line em todos os canais o tempo todo. Estabeleça momentos desconectados, cuide da alimentação, faça atividade física e tenha um sono reparador para ter uma rotina com mais equilíbrio e saúde mental”.

Um mês desconectado

O humorista Whindersson Nunes passou mais de um mês  fora das redes sociais depois do nascimento e morte prematura do seu primeiro filho, João Miguel, fruto de seu relacionamento na época com a estudante de Engenharia Civil Maria Lina Deggan.

Sumida após polêmica

Depois que a polêmica traição de Neymar veio a público, a modelo Bruna Biancardi, grávida do jogador de futebol, saiu das redes sociais, mas já  voltou no início desse mês. “Sei que vocês estão dizendo que estou sumida e é verdade. Estava precisando de um detox da internet”.

Problemas de saúde

O ator Tom Holland, protagonista de “Homem-Aranha”, anunciou no ano passado que ficaria um tempo longe das redes  sociais. Ele contou que estava tendo problemas de saúde mental causados pelo uso das plataformas e por isso decidiu se afastar.

Há 4 anos fora das redes

A atriz e cantora Selena Gomez está há 4 anos longe das redes sociais. Em entrevista recente, ela disse que em seu celular só tem apenas uma rede social que considera menos hostil. “Mudou minha vida completamente. Eu estou mais feliz. Estou mais presente”.

FIQUE POR DENTRO

Danos para a saúde mental

Nomofobia

O uso excessivo de celular pode gerar dependência, conhecida hoje como nomofobia. Significa “no mobile” (sem celular) + “fobia”, ou seja, um medo de ficar sem o aparelho mesmo por curtos períodos. 

Na dependência, há uma necessidade descontrolada de acessar as telas, as informações, bem como o medo de “ficar para trás” diante de alguma novidade ou tendência.

Comparações

A exposição excessiva pode gerar danos para a saúde mental. Além disso, no que diz respeito às redes sociais, um uso equilibrado contribui para haver menos comparação com o outro, evitando sentimentos como frustração e baixa autoestima.

Algumas redes sociais utilizam mecanismos que induzem liberação de dopamina e contribuem para o vício: botões de interação, curtidas, vídeos com rolagem.

Aumento da ansiedade

O constante acesso às redes pode levar ao vício em tecnologia, aumentar a ansiedade, diminuir a qualidade do sono e prejudicar o foco e a concentração.

Falsa miopia

A longa exposição à tela do computador ou smartphone pode alterar a visão, causando a chamada “falsa miopia’’. O problema se caracteriza quando a visão é forçada por muitas horas para visualizar imagens próximas, e acaba ficando embaçada ao enxergar de longe.

Fonte: Especialistas consultados.

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