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Cidades

“Rede social não é brinquedo”, diz médico pediatra

Além da exposição a conteúdos impróprios, que pode influenciar de maneira negativa, o potencial de vício é grande, alerta médico


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Os perigos do uso das redes sociais sem limites e sem supervisão são inúmeros, tanto para crianças quanto para adolescentes. 

Além da exposição a conteúdos impróprios, que pode influenciar de maneira negativa, o potencial de vício também é grande, alerta o pediatra Daniel Becker. 

“Estou chocado em ver crianças que ganham celular, levam para a escola e sentam no recreio para jogar, brincar nas redes sociais. Como se isso fosse uma brincadeira! Rede social não é brinquedo, nem mesmo brincadeira,  é o oposto disso! Os males são inúmeros, é  fenômeno de crise sem precedentes de saúde emocional das crianças e adolescentes”, destaca o médico.

“Estou chocado em ver crianças que ganham celular, levam para a escola e sentam no recreio para jogar, brincar nas redes sociais. Como se isso fosse uma brincadeira! Rede social não é brinquedo, nem mesmo brincadeira,  é o oposto disso! Os males são inúmeros, é  fenômeno de crise sem precedentes de saúde emocional das crianças e adolescentes”, destaca o médico.

Imagem ilustrativa da imagem “Rede social não é brinquedo”, diz médico pediatra
Médico pediatra Daniel Becker. |  Foto: Marco Weyne

A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 apontou o Tik Tok e o Instagram como as principais redes sociais usadas por crianças e adolescentes.

O pediatra explica que os vídeos curtos, como são apresentados nessas redes sociais, podem prejudicar e induzir ao vício. 

“Os vídeos curtos   são feitos para  confortar o cérebro,  que fica entretido, sem nenhum esforço de criação. O órgão busca economizar energia, então qualquer atividade que o deixe passivo faz com que ele queira permanecer nela. Esse tipo de vídeo começou com o TikTok, e  a grande preocupação é que virou brinquedos de criança”. 

Mas reverter a situação não é difícil, segundo o médico, mas é preciso esforço de pais e cuidadores. “Tem uma coisa que é muito simples de fazer: mandar desligar o celular e dizer para ir brincar. Todas as crianças sabem brincar, e os adolescentes também, e isso é fundamental”, lembra o pediatra.

Quando a internet, aparelhos e mídias sociais são o único recurso de lazer na família, é um sinal de que ela está  adoecida na forma de se relacionar, como destaca o psicopedagogo  e terapeuta familiar Cláudio Miranda.  “É uma família que precisará de orientação”.

Planejar momentos na rotina familiar reduz o tempo de tela, gera confiança, segurança e fortalece os vínculos na família, segundo  a coordenadora de programas e proteção infantil do ChildFund Brasil, Karla Corrêa.

“É preciso planejar e começar através do brincar, de atividades esportivas, músicas, explorando outros espaços, dialogando em família”.

Educação digital é responsabilidade de todos

O desafio dos pais e responsáveis por crianças e adolescentes é grande quando o assunto é o monitoramento do que fazem na rede de computadores. 

Mas especialistas defendem que o dever de zelar pela segurança deles não é apenas da família e sim de empresas, escolas, governos e sociedade em geral. 

O advogado do programa Criança e Consumo João Francisco de Aguiar Coelho, do Instituto Alana, acredita que as empresas de rede social, sites e plataformas também   têm de assumir a responsabilidade pela educação digital de crianças e adolescentes.

“É preciso que as empresas pensem em  produtos e serviços que são utilizados por crianças e adolescentes de forma  que  criem também  ambiente  que seja favorável e  respeitoso ao direito deles.  Está na Constituição Federal,  um princípio muito importante do direito da criança de que a  responsabilidade compartilhada, ou seja, responsabilidade e direito delas tem de ser  compartilhada com o Estado e toda a sociedade, isso inclui o  setor empresarial”.

É fundamental que os pais não se culpem pelo cenário que se mostram ou pelos caminhos tomados pelos jovens, destaca a   psicóloga e coordenadora pedagógica do LIV Juliana Hampshire,  mas é necessário que todos se responsabilizem coletivamente  pela proteção à infância e à adolescência. 

“Criar alternativas para o caminho facilitado de prazer imediato que a circulação nas redes causa é urgente”, observa.

Delegado pede fiscalização

“É muito importante que os pais fiscalizem o que seus filhos estão fazendo em casa”. Esse é o apelo que o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos, delegado Brenno Andrade, fez na última quinta-feira, depois que um estudante de  11 anos  postou foto de pistola em  rede social e ameaçou escola. 

Em depoimento, o menino disse  que havia sido uma brincadeira combinada  pela internet. E esse não foi um caso isolado.

“A gente  sempre vem falando sobre  questão da fiscalização dos pais. A educação das crianças começa em casa e os pais têm o dever de fiscalizar, mas não vemos isso acontecer. As crianças  são  criadas pelo mundo,  pela internet e pela rua”, lamentou.

O delegado ressaltou que os pais devem fiscalizar o histórico de navegação dos filhos na internet, além de  deixar que  crianças e adolescentes fiquem no computador ou no celular apenas em ambientes em que  eles possam visualizar e  verificar o que estão fazendo. 

“Os pais têm que se interessar pelo que as crianças e  adolescentes estão fazendo.   Se eles não se interessarem, alguém do outro lado do computador vai se interessar, e esse alguém pode ser um criminoso”, ressaltou. 

É importante alertar aos pais para estarem atentos às mudanças de comportamento dos filhos, destaca a advogada especialista em Direito Digital Elaine Keller. 

“O mundo virtual apresenta possibilidade de  descobertas. Por outro lado, é vulnerável aos  perigos que existem na vida real. A educação e o diálogo em família são as melhores ferramentas para apoiar os filhos no uso correto da internet”.


OPINIÃO DE ESPECIALISTAS


> "Os pais devem criar o hábito de conversar com os filhos sem agressividade ou culpabilização", Claudio Miranda, psicopedagogo.

> "Os pais  têm medo quando se trata de limites. Controlar o uso da internet é papel da família", Geovana Mascarenhas, neuropsicopedagoga.

> "O melhor a ser feito é conhecer o seu filho e construir uma relação de confiança e presença", Camilla Viana, psicóloga.

> "Se os pais não se interessam pelo que o filho faz, do outro lado da tela há o criminoso que vai se interessar", Brenno Andrade,  delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC). 

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