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Cidades

Por dentro da maior gruta no Estado

Sítio arqueológico, a Gruta do Limoeiro, em Castelo, é atração para quem deseja conhecer mais sobre o período da pré-história capixaba


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Imagem ilustrativa da imagem Por dentro da maior gruta no Estado
Eliezeer Barbosa ficou encantado com a Gruta do Limoeiro, que pode ser visitada de terça-feira a domingo. |  Foto: Acervo Pessoal

Parte da história do Estado está em Castelo, dentro de uma formação rochosa. A Gruta do Limoeiro, além de ser considerada a maior do Espírito Santo, é classificada como o mais importante sítio arqueológico em território capixaba por conta dos vários salões internos gigantes. 

Patrimônio histórico estadual desde 1984, a gruta está localizada a 15 km do centro da cidade do Sul do Estado. Pesquisas comprovam vestígios da presença humana no local desde 4.500 anos antes de Cristo, segundo dados da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). 

Por conta disso, muitos consideram a gruta a mais importante para estudos sobre a pré-história do Estado, sendo frequentada por alunos e historiadores. “Minha experiência foi surreal, uma experiência de outro mundo. É como entrar em outro planeta”, disse o técnico em enfermagem,  Eliezeer Barbosa, de 24 anos, que mora na Serra.  

As visitas à gruta acontecem de terça a domingo e duram até 1 hora. O passeio pode ser feito por adultos e crianças, sendo todo o percurso guiado por um profissional e o ingresso varia de R$ 8 a R$ 10. 

Antes de o visitante percorrer os trechos de formações rochosas, ele passa por uma aula no memorial da gruta. Além de fotos e explicações históricas, logo na entrada do local o visitante consegue ver marcações onde fósseis indígenas, de cerca de 4.500 anos, foram encontrados. As áreas são demarcadas e estão preservadas até hoje.

O historiador André Casagrande explica que, além de humanos do “tempo das cavernas”, índios, escravos e imigrantes também passaram pela região. 

“As pesquisas encontraram sepultamento de seres humanos que viveram há 4.500 anos antes de Cristo. São os primeiros habitantes que temos notícia que viveram na nossa região. Como eram nômades, não tinham residência fixa e a gruta fazia esse papel como lugar de dormir e de refeição. A Gruta do Limoeiro está presente e passa por todas as fases da história de Castelo”.

Em seu interior é possível encontrar diversas formações originadas pela solidificação da água ao longo de milhares de anos. As mais comuns são cortinas, estalactites, estalagmites e travertinos, segundo o arqueólogo Celso Perota. 

*De Paula Comunicação

“Indiana Jones” capixaba descobre esqueletos 

Imagem ilustrativa da imagem Por dentro da maior gruta no Estado
Arqueólogo Celso Perota e a sua equipe descobriram esqueleto de um indígena sepultado há 4.500 anos durante uma escavação na gruta em 1969. |  Foto: Alessandro de Paula

O arqueólogo Celso Perota é um dos mais conhecidos no Estado. Com espírito de “Indiana Jones”, personagem do cinema imortalizado pelo ator Harrison Ford, ele está ligado a importantes descobertas históricas capixabas.

Um dos trabalhos de maior repercussão foi à escavação na Gruta do Limoeiro, em 1969, quando ele e sua equipe descobriram o esqueleto de um indígena sepultado há 4.500 anos. 

“Trabalhamos de setembro a novembro. Em dezembro, tivemos que parar devido às fortes chuvas de 1969. Quando retornamos, chovia dentro da gruta. Caía muita água do teto”, recorda Celso.

A partir dos achados da equipe, a gruta ficou famosa em todo o País como um dos principais sítios arqueológicos do Estado. Em 2012, a Prefeitura de Castelo e o governo do Estado construíram uma estrutura de visitação, com guias conduzindo os visitantes.

“Celso é um dos grandes responsáveis pela gruta hoje estar recebendo turistas do mundo inteiro”, destacou a diretora da Associação Turística Gruta do Limoeiro, Lúcia Ambrosim. 

Hoje, aos 79 anos, Celso dá consultorias para a condução de estudos arqueológicos em projetos de licenciamento ambiental. “É o maior nome da arqueologia no Estado”, destacou a professora de História, Joana Francisco.

Índios expulsaram garimpeiros

Os estudos do arqueólogo  Celso Perota comprovam que a Gruta do Limoeiro foi habitada pelos Puri-coroados, um grupo indígena integrante do tronco linguístico macro Jê, que habitavam Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. 

Segundo a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o termo Puri significa “gente tímida e mansa”. Coroados porque costumavam raspar o alto da cabeça, deixando o cabelo semelhante a uma coroa.

Eles tinham baixa estatura, entre 1,35m e 1,65m, e braços musculosos e cabelos pretos. 

Ainda de acordo com a Secult, quando enfurecidos, tornavam-se “vingativos”, fato que provocava constantes conflitos com os exploradores de ouro. 

Um dos episódios mais importantes relativos à história da região diz respeito a um combate travado entre nativos e o colonizador branco, no ano de 1771. 

Segundo relatos, os garimpeiros cortaram uma ponte de cipó sobre o Rio Caxixe, fato que desagradou profundamente os índios. A fúria dos indígenas obrigou os exploradores a fugirem da região e a se abrigarem no Baixo Itapemirim. 

As constantes ameaças colaboraram para  o abandono da Serra do Castelo até o início do século 19.


Serviço


Ponto turístico

O que: Gruta do Limoeiro.

Onde: Limoeiro, em Castelo, no Sul do Estado.

Visitação (com guias do local): 

Quando: de terça-feira a domingo, das 9h às 16h

Preço: de R$ 8 a R$ 10.

Reservas: (28) 99986-1542. 

Como chegar: 

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A Gruta do Limoeiro  está a 135 km de Vitória, o que dá por volta de 2h30 de estrada, a depender do trânsito na BR-262, por onde o condutor deverá seguir até Venda Nova do Imigrante e seguir pela ES-166 até o local, já no município de Castelo. Todo o acesso é sinalizado.

Fonte: Pesquisa A Tribuna.

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