Número de bebês vai diminuir e mulheres terão filhos mais tarde
Número de nascimentos recuou para 52,1 mil em 2022 e até 2027 deve cair para 32,1 mil
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As projeções tanto no País quanto no Estado apontam para uma outra mudança que deve se acentuar nos próximos anos: as mulheres terão menos filhos e devem deixar para engravidar cada vez mais tarde.
Segundo os dados da pesquisa Projeções das Populações, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem, entre 2000 e 2023, a taxa de fecundidade no Espírito Santo recuou de 2,12 filhos por mulher para 1,57 filho.
No Brasil, passou de 2,32, em 2000, para 1,57 filho, em 2023. Para se ter uma ideia, em 1960, esse número era de 6,28.
“A tendência a curto prazo é que esse número de filhos por mulher continue caindo, até chegar ao mínimo em 2041, que será de 1,44, uma taxa bem baixa”, explicou a demógrafa Luciene Longo, que participou da apresentação da pesquisa.
A idade média com a qual as mulheres têm filhos, por sua vez, vem aumentando. No Espírito Santo, as mulheres tinham filhos com uma idade média de 25,2 anos em 2000, passou para 28,2 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070.
O número de nascimentos também recuou no Estado, passando de 61,1 mil em 2000 para 52,1 mil em 2022. Até 2027, deve cair para 32,1 mil.
A ginecologista especialista em ginecologia minimamente invasiva pelo Sírio Libanês, Mariana Pontello, destacou que essa situação das mulheres estarem buscando a maternidade cada vez mais velhas gera complicações para a medicina e a fertilidade, que ainda tem relação com a idade.
“Sabemos que a mulher tem sua melhor fase fértil por volta dos 25 anos. Ao mesmo tempo, a maioria delas tem buscado hoje a primeira tentativa de gestação após os 30 e, muitas, após os 35 anos. Nessa idade, a gente já começa a observar os maiores problemas para a gravidez espontânea”.
Motivos
A ginecologista especialista em cirurgia minimamente invasiva Thaissa Tinoco também observa que nos últimos anos as mulheres já vêm postergando a maternidade.
“Acredito que o principal motivo para isso seja a inserção da mulher no mercado de trabalho. A dedicação delas ao estudo, pós-graduação, para se aprimorar e trabalhar na área que escolher, acaba deixando a maternidade para mais tarde. Além disso, também tem menos filhos, já que tem de lidar com mais demandas de trabalho, como filhos, casa e marido”.
Isso, segundo a médica, impacta diretamente na fertilidade. “Com as mulheres tendo menos filhos e mais velhas, a gente vê paralelamente um aumento do número de mulheres inférteis, com problemas para engravidar”.
Saiba mais
Taxa de fecundidade
De 2000 a 2023, taxa de fecundidade do Espírito Santo recuou de 2,12 para 1,72 filho por mulher.
Nascimentos por ano
O número de nascimentos no Espírito Santo recuou de 61,1 mil em 2000 para 52,1 mil em 2022, e deve cair para 32,1 mil em 2070.
No País, as regiões que apresentaram maior redução do número de nascimentos ao longo da última década foram o Norte e, principalmente, o Nordeste.
Esperança de vida ao nascer
Subiu de 72,5 anos em 2000 para 77 anos em 2023. 84 anos deve chegar a esperança de vida em 2070.
Mortalidade infantilDe 2000 a 2023, taxa de mortalidade infantil no Estado recuou de 18,9 para 11,4 óbitos por mil nascidos vivos. Esse indicador cairá para 5,7 em 2070.
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