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Cidades

Metalúrgico que recebeu novo coração: “Estou preparado para recomeçar a vida”

O metalúrgico Pedro Ferreira Bernardes recebeu um coração novo em setembro do ano passado por causa de uma cardiopatia


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Imagem ilustrativa da imagem Metalúrgico que recebeu novo coração: “Estou preparado para recomeçar a vida”
Pedro Bernardes entrou na lista de prioridade e recebeu órgão em 8 dias |  Foto: Leone Iglesias

Na expectativa de voltar a trabalhar no mês que vem, o metalúrgico Pedro Ferreira Bernardes, 41 anos, não tem dúvidas: “Estou preparado para uma nova vida”, afirma.

Morador de Cariacica, ele passou por um transplante de coração em setembro do ano passado, após conviver com uma cardiopatia que causou aumento do órgão, arritmia e falta de ar.

“Fiquei na lista por três meses, tratando com medicação e controlando a doença. Até que passei mal e fui hospitalizado. Minhas taxas não melhoraram, foi quando entrei na lista de prioridade. Em oito dias consegui o transplante”.

No Estado, há 2.344 pessoas aguardando por um órgão, sendo 1.205 para rim, 1.097 para córnea e 35 para fígado.

A médica cardiologista Daniella Motta, coordenadora do Transplante Cardíaco do Hospital Meridional, que faz transplantes em convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), diz que a lista de espera é dinâmica. Além disso, depende de logística, fator externo, tipo sanguíneo do paciente e condição clínica.

“Engloba todos esses fatores e nós vamos direcionar o transplante para o paciente adequado. Então essa lista de transplante é dinâmica, pode acontecer de um dia para o outro, como já aconteceu, e pode acontecer de esperar anos”.

Daniella Motta frisa que pacientes graves têm prioridade, mas dependem da oferta de um órgão.

“O Hospital Meridional tem esse convênio com o SUS, que é um hospital transplantador. Quando se fala em transplante cardíaco, a gente está falando em 100% do SUS. A lista é única”, afirma a coordenadora.

Ou seja, independentemente de onde vem o paciente, o fluxo é o mesmo. É feita a avaliação pré-transplante, a listagem, insere-se o nome na lista e aguarda-se um órgão compatível.

Outro fator importante, destaca Daniella Motta, é o tempo em que o órgão fica viável, entre retirada, transporte e transplante.

“No caso do rim, o tempo, às vezes, pode passar de 12h até 24h. O coração não, são até 4h do possível doador até a implantação no receptor. Se passar de 4h não quer dizer que o transplante não pode ainda ser realizado. Mas a chance de um pior desfecho é maior”, afirma Daniella Motta.

“Muita gente morre por falta de doadores”

O metalúrgico Pedro Ferreira Bernardes, 41 anos, morador de Cariacica, disse que após fazer o transplante de coração, no Hospital Meridional, no município, quer voltar a fazer atividades simples, que não podia fazer, desde que era criança.

Além disso, aguarda o momento de voltar ao trabalho, tendo o aval dos médicos que o acompanham.

A tribuna-  Com quantos anos você foi diagnosticado?

Pedro Ferreira Bernardes-  Eu tinha 10 anos. Sentia muita falta de ar e tinha arritmia. O coração foi crescendo.

Quando você entrou na lista do transplante de coração?

Foi em junho de 2023. Até então, estava em casa, aguardando, controlando com medicação. Até que um dia, em setembro, passei mal e fui para o hospital.

Minhas taxas não melhoraram e os médicos fizeram vários exames e detectaram que meu caso era uma prioridade para a lista do transplante.

Em oito dias, apareceu um doador e foi feito o transplante, no dia 22 de setembro. Estou preparado para uma nova vida

No que você pensava quando esperava um doador?

Eu pensei nos meus dois filhos e na minha esposa. Pensei na importância gigantesca dessa família que autorizou a doação de órgãos, dessa pessoa que era doadora.

Porque muita gente morre por falta de doadores de órgãos. A pessoa que doou para mim salvou não só a minha vida, mas a vida de outras pessoas também.

E eu quero aproveitar para agradecer a toda a equipe do hospital. À frente de tudo tem uma equipe muito boa.

Qual a primeira coisa que você pensou em fazer logo que os médicos foram te liberando?

Beber água. Antes, eu só podia tomar 1 litro de água por dia, porque tinha a função renal limitada por causa do problema cardíaco. Agora, tomo 1,5 litro, 2 litros de água normalmente.

Então, agora é vida normal?

É vida normal. A médica vai liberando aos poucos, de acordo com os exames que são feitos. Acredito que mês que vem eu já volto a trabalhar

FIQUE POR DENTRO

No Estado

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informa que, de acordo com dados da Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo (CET-ES), não houve transplantes de coração em dezembro de 2023 e em janeiro de 2024 (até o momento).

Na lista (dado apurado na terça-feira, dia 9), há 2.344 pessoas aguardando por um órgão no Estado, sendo 1.205 para rim, 1.097 para córnea, 35 para fígado e 7 para coração.

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