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Cidades

Médicos buscam voluntários para testar novo tratamento do autismo

Pesquisadores capixabas vão iniciar um estudo clínico utilizando um suplemento alimentar à base de probióticos


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Imagem ilustrativa da imagem Médicos buscam voluntários para testar novo tratamento do autismo
Alyne Mendonça explicou que o mix de probióticos deve apresentar eficácia na melhora cognitiva das crianças |  Foto: Fábio Nunes/ AT

Com o objetivo de atenuar as limitações que impactam a qualidade de vida das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pesquisadores capixabas vão iniciar um estudo clínico utilizando um suplemento alimentar à base de probióticos.

Com resultados positivos em estudos anteriores com portadores Alzheimer e Parkinson, a equipe busca agora 272 voluntários entre 3 e 11 anos diagnosticados com TEA para avaliar os benefícios potenciais nesse perfil de paciente.

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A neuropsicóloga Raphaela Figueira vai atuar na avaliação das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) participantes do estudo clínico com suplemento à base de probióticos. Mas como o filho João Vitor, de 6 anos, também se enquadra nos critérios da pesquisa, ela ainda inscreveu o pequeno como voluntário. |  Foto: Acervo pessoal

A neurologista, PhD em Ciências Farmacêuticas e gestora da pesquisa, Alyne Mendonça, explicou que o mix de probióticos deve apresentar eficácia na melhora cognitiva, especialmente no que diz respeito à atenção sustentada e dividida e na capacidade de memorização.

Além disso, espera-se melhora na qualidade do sono, nos distúrbios alimentares e nas alterações comportamentais. “O primeiro estágio do estudo terá 90 dias de duração, com uma avaliação de cada um dos pacientes antes, outra em 45 dias, e após 90 dias”.

A meta, segundo ela, é em comparar os desfechos neurológicos, psiquiátricos e psicopedagógicos dos pacientes que receberam as duas versões do mix de probióticos, com os que receberam placebo. “Mesmo quem recebeu o placebo, depois receberá o probiótico”.

A neurologista explicou, ainda, que estudos com probióticos voltados para condições neurológicas não é algo visto pela primeira vez.

“Um conceito novo, mas que nos últimos anos tem sido abordado exaustivamente, demonstra que existe um eixo hormonal bidirecional entre o intestino e o cérebro. Então, ferramentas que modulam o intestino são capazes de melhorar o funcionamento cerebral, porque aumentam a produção e a biodisponibilidade de determinados neurotransmissores”.

Quanto ao suplemento usado na pesquisa, o pesquisador e diretor da empresa Gon1, Deivis Guimarães, revelou que o mix conta com seis tipos de probióticos.

“Desenvolvemos uma tecnologia de nanoecapsulamento que permite que as doses só ajam no intestino. Para pacientes diagnosticados com TEA, ele será administrado em um pó, entregues em sachês, para serem misturados a comida ou bebidas”.

Guimarães enfatizou que após os resultados preliminares em 90 dias, o estudo irá continuar acompanhando os pacientes por mais 12 meses.

Pacientes com Parkinson tiveram melhora

Pesquisa

Pesquisadores do Estado estão recrutando 272 crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) para um estudo clínico com um suplemento medicamentoso.

A pesquisa está sendo desenvolvida pela empresa gestora de projetos especializada na área da saúde GON1.

A equipe científica é liderada pela neurologista Alyne Mendonça e pelo pesquisador e diretor do centro de pesquisa internacional Deivis Guimarães.

Quem pode participar

O público do estudo são crianças de 3 a 11 anos de qualquer nível de TEA, com laudo diagnóstico.

Podem participar crianças de ambos os sexos, desde que não tenham restrição médica quanto ao uso de probióticos e sem comorbidades que coloquem em risco a saúde do voluntário.

Os candidatos que já fazem algum tipo de tratamento devem continuar normalmente com o que já é feito.

A pré-inscrição de candidatos vai até sexta-feira.

Como será o estudo

O estágio 1 da pesquisa terá duração de 90 dias, quando sairão resultados preliminares.

Os voluntários serão avaliados presencialmente por uma equipe multidisciplinar antes de iniciar o estudo, 45 dias depois de iniciado, e ao final (depois de 90 dias).

Eles passarão por avaliações quanto a aspectos neurológicos, psiquiátricos e neuropedagógicos.

O estágio 2 da pesquisa irá acompanhar parte dos pacientes por 12 meses.

Suplemento

Os voluntários serão divididos em três grupos, por sorteio.

Parte receberá o mix com seis probióticos. Outros receberão o mix de probiótico denominado K11-Tmax, que conta ainda com vitaminas.

Já o terceiro grupo receberá o sachê com placebo, para garantir a confiabilidade dos resultados.

O sachê com a formulação deverá tomado diariamente. Ele não tem gosto e pode ser dissolvido na comida ou em bebida.

Só ao final dos 90 dias serão revelados os participantes que receberam o composto com ou sem o mix de probióticos. Depois disso, quem recebeu o placebo poderá fazer uso do probiótico por igual tempo.

Por ser um probiótico e natural, não há efeitos colaterais.

Resultados anteriores

Pesquisas clínicas feitas para pacientes com Alzheimer e Parkinson já foram feitas com mix de probióticos, com resultados positivos comprovados.

O suplemento age pela modulação do microbioma intestinal e redução do estado inflamatório.

Em pacientes com Parkinson, por exemplo, houve uma melhora significativa na parte cognitiva e motora.

Inscrição

Estão abertas e podem ser feitas pelo site: https://www.gon1.com.br/ Trials.html.

Em caso de dúvidas, os interessados podem ligar para o 0800 616 4444

Após a seleção, as pesquisas devem ser iniciadas ainda no mês de março.

Fonte: Neurologista Alyne Mendonça e o diretor da empresa Gon1, o pesquisador Deivis Guimarães.

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