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Cidades

Lutador é o 1º do ES a passar por novo tratamento de câncer

Gregory Machado, de 37 anos, não respondia mais a procedimentos tradicionais, mas conseguiu uma nova chance de vida


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Imagem ilustrativa da imagem Lutador é o 1º do ES a passar por novo tratamento de câncer
gregory Machado tratou câncer por três anos, mas nada funcionava, até que começou a participar de um estudo. |  Foto: Leone Iglesias/AT

O professor de jiu-jítsu Gregory Machado, 37, provou que, com garra e resiliência, a volta por cima é sempre possível. Após chegar aos estágios mais graves do linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer que ataca as defesas do corpo, o lutador foi o primeiro do Estado a passar por um novo tratamento e ganhou outra oportunidade de vida.

Gregory foi selecionado para participar de uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), no campus de Ribeirão Preto, para o desenvolvimento do “CAR-T Cell brasileiro”. O procedimento utiliza as próprias células de defesa do paciente, que são modificadas e reinseridas por infusão, explica o médico hematologista Douglas Covre Stocco.

O CAR-T Cell  é indicado quando o paciente não responde aos protocolos do tratamento contra o câncer, como a quimioterapia, aponta o médico. 

Após quase três anos, o tratamento curativo já não funcionava para  Gregory e, então, ele realizava apenas cuidados paliativos. O novo procedimento salvou a vida do professor de jiu-jítsu.

“Não havia mais o que tentar, eu ‘virei’ paliativo. Com o doutor Douglas, consegui ser selecionado para o estudo do CAR-T Cell. Antes de mim, só sete pessoas fizeram (o procedimento) no Brasil. Fui o primeiro do Estado! Ainda assim, é um tratamento agressivo. É uma vitória, mas é uma loucura”, conta Gregory.

O lutador contraiu uma inflamação no sistema nervoso, além de uma infecção por um vírus, e chegou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 

Hoje, o linfoma não-Hodgkin do tipo difuso de grandes células B, que o atacou, está em remissão, ou seja, não há sinais identificados para a presença do câncer.

O médico hematologista Douglas Covre  defende que o CAR-T Cell oferece aos pacientes uma esperança a mais de combater  o câncer, mesmo em fases mais avançadas, após as primeiras linhas de tratamento.  

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“É um tratamento novo no País. Há hospitais privados que o realizam, mas ainda não é feito pelo SUS. No Estado, nenhum hospital oferece. É muito efetivo, mas não é simples: envolve coleta de células, internação e pode haver riscos de efeitos colaterais”.

“Sempre acreditei que eu viveria”

Aos 21 anos, o  professor de jiu-jítsu Gregory Machado fez a tatuagem “nunca desista, lute!”. Apesar do diagnóstico do câncer, a desistência nunca esteve no caminho do lutador. 

Aos 37 anos, não há mais sinais da doença e o professor já voltou a dar  aulas para crianças. Noivo, ele conta que irá casar em breve e sonha em lançar um livro para inspirar outras pessoas. 

A Tribuna – Quais foram os seus primeiros sintomas? 

Gregory Machado – Senti uma fadiga forte e descobri linfonodos (no pescoço, na região da nuca). Eu conhecia meu corpo e sabia que aquilo não era normal. Fiz vários exames e fui a vários médicos, até que os linfonodos começaram a crescer. 

Na ocasião, o médico não acreditava que eu estivesse doente por conta do meu histórico. Após os exames, veio o diagnóstico de linfoma não-Hodgkin (do tipo linfoma difuso de grandes células B).

Qual foi sua reação?

No dia que minha noiva chegou com o exame, ela pediu para eu sentar no sofá e abriu o resultado. Normalmente, as pessoas chorariam, ficariam tristes, mas, na hora, eu só perguntei: e agora, o que fazer?

O que te fortaleceu em tanto tempo de tratamento?

Queria muito voltar para casa e tive o apoio da minha noiva, da família dela, do meu pai e da minha irmã. Ter a família perto, voltar à rotina e melhorar para lutar mais campeonatos foram motivos que me ajudaram a ter essa força. 

O CAR-T Cell te deu uma nova vida?

Sempre acreditei que teria a oportunidade de viver! Não aceitava que não pudesse dar certo e nunca acreditei que deixaria de viver o meu sonho. Com o CAR-T Cell, renovei as esperanças. 

Eu sou um cara de muita fé religiosa e humana. Acredito em mim! Vou escrever um livro! Desde dezembro de 2021, estou noivo e, em breve, irei casar. 


SAIBA MAIS


Doença

O linfoma não-Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer com origem nas células do sistema linfático, que faz parte do sistema imunológico e ajuda o corpo a combater doenças. 

Existem mais de 20 tipos diferentes de linfoma não-Hodgkin. O linfoma difuso de grandes células B é o tipo mais comum. Embora seja mais comum em pessoas acima de 60 anos, este câncer pode se apresentar em qualquer idade.   

Sinais

Geralmente, os sinais do linfoma difuso de grandes células B começam em um linfonodo no pescoço, nas axilas ou no tórax. O linfonodo cresce rapidamente e pode ser agressivo. 

Os pacientes podem apresentar, também, sintomas parecidos com os de  infecções, como febre, calafrios, fraqueza, fadiga e suor noturno.

Tratamento

Os protocolos do  tratamento variam de acordo com o estágio da doença, mas, em geral, são feitos tratamentos quimioterápico e radioterapia.

CAR-T Cell

O CAR-T Cell é um  procedimento que utiliza as próprias células de defesa do paciente,  modificando-as para, depois, reinseri-las por infusão (na veia). 

O CAR-T Cell  é indicado quando o paciente não responde aos protocolos do tratamento contra o câncer, como a quimioterapia.

No Brasil, o tratamento ainda não é ofertado pelo SUS. Há hospitais privados que o realizam. 

No Estado, nenhum hospital oferece o novo tratamento, ou seja, é preciso ir para São Paulo, Rio de Janeiro ou algumas outras capitais.

Fonte: Inca e especialista consultado.

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