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Cidades

Infecção generalizada já é a terceira causa de morte no Brasil

Especialistas dizem que ainda há falta de entendimento do paciente sobre a sepse e demora para o tratamento da doença


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Imagem ilustrativa da imagem Infecção generalizada já é a terceira causa de morte no Brasil
Luis Henrique Borges: casos mais graves de pacientes em hospitais |  Foto: Arquivo/AT

Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma crise de saúde global, a infecção generalizada (sepse) é a terceira maior causa de morte no Brasil.

No Estado, o ranking enviado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), aponta que ela ocupa a 42ª posição em números de óbitos.

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Mas, pela percepção de médicos entrevistados pela reportagem, a infecção generalizada está entre as principais causas de mortes no Espírito Santo.

Infectologista da Rede Meridional, Luis Henrique Barbosa Borges diz que o número de mortes é muito frequente, sobretudo em casos mais graves de pacientes que morrem nos hospitais.

“São idosos, recém-nascidos ou bebês de colo, pacientes em quimioterapia, politraumatizados, grandes queimados, pacientes em ventilação mecânica”, explicou.

Médico intensivista e emergencista e professor universitário, Adenilton Rampinelli percebe que das causas de mortes clínicas, excluindo infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC), a sepse é a maior causa de óbitos no Estado.

Rampinelli ressalta a falta de entendimento sobre a doença pelo paciente e a demora para buscar ajuda médica. “Um retardo no diagnóstico de sepse causa uma mortalidade maior”, afirma.

Infectologista da Rede Meridional, Lorenzo Nico Gavazza diz que “essa doença não respeita idade”.

O especialista informou ainda que pacientes que contém alguma imaturidade ou deficiência na imunidade, como crianças, idosos, portadores de comorbidades e imunossuprimidos, têm mais chance de evoluir com sepse, inclusive nos casos mais graves.

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Urgência no diagnóstico e uso de medidas preventivas

Especialista em Medicina Intensiva e professora do curso de Medicina da Universidade Federal do Estado (Ufes), Eliana Caser, explica que a sepse quando é reconhecida numa fase mais precoce e associada a um tratamento apropriado possibilita salvar mais vidas.

“O grande desafio é entender que a sepse é uma emergência, precisamos ser assertivos no reconhecimento e no tratamento precoce”, ressalta.

Para ela, a utilização de protocolos e treinamento de equipe multiprofissional nos hospitais, mas, principalmente, nas emergências, pronto atendimento e unidades básicas de saúde podem atuar nesse atendimento assertivo na redução de agravo à saúde e mortalidade.

“Precisamos atuar nas medidas preventivas no combate à sepse, principalmente em relação à prevenção de infecções relacionadas aos cuidados de saúde (pneumonia, infecções relacionadas a dispositivos vasculares, urina, etc). Uma ação importante é a higienização adequada de mãos”, disse.

Eliana Caser faz alerta sobre o diagnóstico para evitar a evolução da sepse: “O atraso no tratamento evolui para disfunção progressiva de órgãos, o que contribui para maior mortalidade, principalmente nos pacientes mais frágeis com fatores de risco como idosos, comorbidades, imunossuprimidos”.


Saiba mais

O que é?

  • A sepse é uma infecção sistêmica que pode ser causada por bactérias, vírus e outros microorganismos. Ela pode gerar repercussões em diversos órgãos do corpo, causando falência de sistemas e instabilidade hemodinâmica que, se não tratada rapidamente, pode evoluir com quadros graves e morte.

Quais são os sintomas?

  • Além dos sintomas com o foco infeccioso, os sinais da sepse traduzem a má-perfusão sanguínea de órgãos como coração, cérebro, rins, por exemplo, geralmente são febre, sonolência ou confusão mental (no idoso), falta de ar, palpitação e/ou pulso acelerado, redução do volume urinário, extremidades frias.

Quais exames identificam?

  • É importante reunir dados clínicos e laboratoriais para o diagnóstico, mas o hemograma, lactato, gasometria arterial podem ajudar muito.

Diagnóstico precoce

  • No Estado, Adenilton Rampinelli, médico intensivista e emergencista e professor universitário, faz uma ressalva.
  • “A sepse ainda é pouco entendida pelo próprio leigo. É necessário uma maior divulgação, como acontecem em casos como AVC e infarto, que já são amplamente divulgados. Até a população leiga entende da necessidade da precocidade do diagnóstico”.
  • Segundo ele, pacientes que evoluem, por exemplo, com infecções urinárias, pneumonias e que podem já apresentar sinais de disfunção orgânico, mesmo em casa, por falta de informação, retardam a ida ao hospital.
  • “Além de investimento de conhecimento e treinamento intra-hospitalar, há a necessidade de uma política pública de informação ao público leigo do que realmente causa a sepse”, diz Rampinelli.

Fonte: médicos entrevistados.

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