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Cidades

Fazendas viram santuários ecológicos no ES

Proprietários investem no reflorestamento e mantêm nascentes, cachoeiras, além de diversas espécies da fauna e da flora


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Imagem ilustrativa da imagem Fazendas viram santuários ecológicos no ES
Ricardo Sardi, de 87 anos, utilizou o terreno da fazenda da família, em Alfredo Chaves, para agricultura e reflorestamento |  Foto: Divulgação

O amor pela natureza fez com que capixabas transformassem suas fazendas em verdadeiros santuários ecológicos. Nos anos 60, o hoje aposentado Ricardo Sardi, de 87 anos, decidiu cuidar da fazenda desmatada de 100 hectares da família em Quinto Território, Alfredo Chaves, e usar o terreno para agricultura e 70% dele para reflorestamento.

Atualmente, o lugar abriga mais de 40 nascentes, cinco cachoeiras, aves, mamíferos e outros animais pertencentes a florestas nativas. Não bastasse isso, há madeiras nobres, como jequitibá, jatobá, ipê-roxo e casca doce.

Segundo ele, o apoio recebido do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) com mudas de árvores nativas contribuiu para o reflorestamento na propriedade, que hoje já conta com mais de cinco mil pés.

Ricardo Sardi também recebe apoio do Programa Reflorestar e, em agosto de 2019, foi um dos ganhadores do 15º Prêmio Dom Luís, ambas iniciativas do governo do Estado.

A persistência em preservar a natureza, segundo Ricardo, já lhe rendeu prejuízo material. “Já incendiaram boa parte daqui e alguns bens para me ameaçar, mas isso nunca me intimidou ou me fez deixar de acreditar na importância da proteção do que temos de mais importante, que é a mata”.

O aposentado contou também que é sua missão de vida preservar a natureza. “Não herdei somente a terra de meus pais, mas também o desejo de preservar aquilo que tinha em mãos. Hoje faço minha parte. Preservo para deixar um bem natural para meus sucessores”, ressaltou.

Em Dores do Rio Preto, a missão de Dalva Ringuier é semear vida. Foi assim, de semente em semente, que ela ergueu uma floresta onde antes era pasto.

Vinte e sete anos depois, a propriedade está totalmente transformada, repleta de espécies da Mata Atlântica. São, ao todo, 19 hectares que formam a Reserva Particular de Patrimônio Natural Águas do Caparaó.

Já em Olivânia, zona rural de Anchieta, a engenheira agrônoma Swenka Volpato Gaigher, de 50 anos, reflorestou um alqueire de terra.

Em Santa Teresa, o aposentado Gilson Mansur, de 80 anos, comprou uma fazenda de 33 alqueires em 1986. Hoje o lugar tem mais de 100 mil árvores nativas, seis nascentes e mamíferos e pássaros da Mata Atlântica.

Devoção à natureza no Caparaó

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Dalva Ringuier é ambientalista |  Foto: Divulgação

Em Dores do Rio Preto, região do Caparaó, a ambientalista Dalva Ringuier, conhecida por sua devoção à natureza, comprou uma fazenda de 19 hectares para reflorestamento.

“Meu sonho sempre foi fazer um trabalho de preservação e recuperação de uma área. Em 1997, quando comprei essa terra, era tudo pasto, e de qualidade ruim”.

Dalva conta que já adquiriu a terra com a ideia de reflorestar a área de pastagem e criar uma área de proteção. No local, ela também construiu uma pousada, cercada de mata e cachoeiras.

Atualmente, 80% da propriedade é de Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), uma certificação concedida pelo Estado.

“Isso significa que a área não pode ser alterada com cortes de árvores ou novas construções. Mas são permitidas pesquisas científicas e visitações turísticas, recreativas e educacionais”.

Assim, a terra continua sendo de domínio privado, mas contribui para a ampliação de áreas protegidas no País. “Ter uma RPPN é criar um compromisso com o meio ambiente, e eu fiz esse pacto”.

Alerta para consciência ambiental

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Luís, Karolini e Antônio Marcos |  Foto: Divulgação

Há quem pense que as consequências da não preservação ambiental irão se refletir somente no futuro, e isso tem preocupado especialistas. Foi o que observaram os ambientalistas Luís Fernando Ricco, Karolini Guisso e Antônio Marcos Orlandi.

“Evolutivamente, nosso sistema adaptativo é preparado para reagir a ameaças urgentes. Quando temos uma coisa que vai demorar décadas para acontecer, como são os efeitos do aquecimento global, nós temos dificuldade de compreender”, disse o engenheiro ambiental Luís Fernando Ricco.

Ele apontou também a importância que a educação tem para o debate da questão ambiental.

“A maior dificuldade para a conscientização é a sensação de que isso não é urgente e não nos afeta de imediato, o que é uma visão equivocada. Qualquer ação de degradação ambiental pode ser sentida de imediato, pois a resposta da natureza acontece rapidamente”.

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