Especialistas explicam desafios da nova geração que nasce a partir deste ano
Novos modelos de educação, popularização da “cultura do match”, expansão da desinformação e vínculos sociais menos profundos estão entre as questões
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O ano de 2025 marca o surgimento da geração Beta, que são as pessoas nascidas entre 2025 e 2039. Crescendo em meio ao avanço da inteligência artificial e aos eventos climáticos extremos, a nova geração enfrentará desafios em diversas áreas da vida, como trabalho, educação, saúde e relações sociais.
Novos modelos de educação, popularização da “cultura do match” por meio dos aplicativos de relacionamento, expansão da desinformação e vínculos sociais menos profundos estão entre os desafios apontados por especialistas.
Para a psicóloga Rachel Borges, a crescente influência da inteligência artificial, das redes sociais e da digitalização em todos os aspectos da vida fortalece a preocupação sobre o impacto desse cenário nos relacionamentos sociais. Ela aponta possíveis efeitos negativos dessa nova realidade iminente.
“Eu apontaria a conexão com as pessoas no mundo real, visto que o mundo está cada vez mais tecnológico, a inteligência artificial está cada dia mais avançada, e há um maior uso de redes sociais. Esse pode ser um caminho que distancie cada vez mais as relações humanas e diminua a conexão e a intimidade entre elas”.
Em meio à emergência climática, a nova geração pode ter de lidar, de forma mais frequente, com eventos climáticos extremos. O psiquiatra João Paulo Cirqueira aponta, inclusive, que esse novo cenário contribui para a intensificação de um estado de preocupação e medo causado pelo aquecimento global: a ansiedade climática.
“Esses jovens vão crescer com maior consciência das mudanças climáticas e de eventos extremos. Um estudo em The Lancet, de 2021, mostrou que 59% dos jovens entre 16 e 25 anos se sentem ‘muito preocupados’ com o impacto das mudanças climáticas, o que pode aumentar a prevalência de ansiedade e depressão”, avaliou.
Flávia Rapozo, líder do comitê de Economia do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Espírito Santo (Ibef-ES) e doutora em Administração e Ciências Contábeis, analisa que a geração Beta nascerá em um momento de inovação e evolução tecnológica, que se refletirá no mercado de trabalho.
A especialista aponta direcionamentos importantes para a construção de carreira, para todas as gerações economicamente ativas, neste futuro de transformações.
“Com a informação difundida pela tecnologia, a busca por conhecimento deverá ser constante. Além disso, é preciso desenvolver habilidades comportamentais, como empatia, inteligência emocional, equilíbrio, resiliência e trabalho em equipe”.
Primeiro capixaba da geração Beta!
Nascido no dia 1º de janeiro de 2025, à 0h51, Lucas Nietto é o primeiro capixaba da geração Beta. Seus pais, Adryel Lucas Nietto, de 20 anos, e Vivian Ferreira, 19, apontam que, com a transformação profunda na forma de trabalhar e de estudar, por exemplo, os próximos anos serão desafiadores para todos.
Adryel diz que conciliar a vida profissional e familiar será mais importante do que nunca.
“Os pais precisam encontrar um tempo para se envolver na educação dos filhos, enquanto se envolvem nas próprias responsabilidades profissionais. Isso requer planejamento”.
OS DESAFIOS
1) Mercado de trabalho
A geração Beta nascerá em um momento de constante inovação e evolução tecnológica, que se refletirá no mercado de trabalho. A busca por conhecimento deverá ser permanente.
2) Educação
Como preparação para um mundo em constantes transformações, a geração Beta vai demandar uma educação inovadora, mas tende a enfrentar, em algumas medidas, instituições educacionais ainda em adaptação ao novo cenário.
3) Saúde mental
Em um cenário de desenvolvimento da inteligência artificial, os “Betas” podem estar suscetíveis ao uso excessivo de dispositivos, que está relacionado a transtornos de atenção, ansiedade e insônia.
4) Mudanças climáticas
As mudanças climáticas também aumentam o risco do surgimento de novas epidemias e doenças infecciosas. Os eventos climáticos extremos tendem a se tornar cada vez mais comuns nos próximos anos.
5) Fake news
A expansão da desinformação em ambiente digital, com tecnologias cada vez mais sofisticadas para a produção de conteúdo “deep fake”, pode desestabilizar o cenário sociopolítico e influenciar o bem-estar das novas gerações.
6) Relações sociais
A conexão com as pessoas fora do mundo virtual tende a ser um desafio para a geração Beta. Os nascidos entre 2025 e 2039 precisarão desenvolver habilidades sociais para a criação de vínculos profundos.
7) Amor
A cultura do “match” e do amor líquido, fortalecida principalmente pela disseminação de aplicativos de relacionamento, podem afastar as novas gerações de experiências amorosas mais profundas. A digitalização das interações sociais pode levar a relações mais rasas.
Fonte: Especialistas e pesquisa AT.
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