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Cidades

Destino do universo em jogo nos cinemas

“Duna: Parte 2” estreia hoje nas salas Estado com Timothée Chalamet de volta ao papel de protagonista e cenas de tirar o fôlego


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Imagem ilustrativa da imagem Destino do universo em jogo nos cinemas
Timothée Chalamet e Zendaya em cena da sequência de ficção científica |  Foto: Divulgação

Uma das produções cinematográficas mais rentáveis do período pandêmico, “Duna” (2021) ganha sequência a partir de hoje nos cinemas do Estado. A segunda parte chega com grande expectativa do público, já que promete mais emoção, efeitos especiais e cenas de tirar o fôlego.

É necessário lembrar que o trabalho anterior levou seis estatuetas do Oscar, incluindo Melhor Trilha Sonora, Som, Edição e Design de Produção, além de ter sido ovacionado pela crítica.

“Este filme é muito melhor que a parte um. O primeiro foi um aperitivo. Nesse segundo tem muito mais ação, complexidade emocional, tem um escopo maior e uma história de amor”, garante o aclamado diretor Denis Villeneuve, de “Blade Runner 2049”.

Nesta nova trama de ficção científica, baseada no livro homônimo escrito por Frank Herbert e publicado na década de 60, o espectador é levado de volta ao planeta Arrakis para uma aventura épica.

Tendo Timothée Chalamet de volta ao papel de Paul Atreides, o filme continua a jornada mítica do protagonista, agora ao lado de Chani (Zendaya) e da tribo Fremen, que pode levá-los até uma guerra.

“Paul está dividido entre seu desejo de vingança e a sua forte intuição de que esse caminho, no qual está agora, poderá levá-lo a uma catástrofe ao tentar vingar seu pai”, adianta o diretor, que promete um fechamento para sequência mais trágico do que aquele apresentado no livro.

“Duna: Parte 2” traz o protagonista encarando uma escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo. O novo filme ainda explora assuntos atemporais, que vão desde o amor materno ao globalismo, lealdade e temas ecológicos.

“Eu nunca retornei a um projeto antes. É um sonho que virou realidade. Ver Denis Villeneuve dar vida à sua visão é sensacional”, diz Timothée Chalamet.

Rebecca Ferguson e Josh Brolin também retornam ao elenco, que ganha reforço com a chegada de Florence Pugh, interpretando a princesa Irulan, e Austin Butler, na pele do vilão ardiloso e nem sempre honesto Feyd Hautha.

Outra grande novidade é a entrada de Anya Taylor-Joy, que interpreta Alia Atreides, irmã mais nova do protagonista. O longa marca o reencontro da atriz e modelo com Timothée Chalamet depois de atuarem juntos em “Adoráveis Mulheres” (2019).

Filme fiel ao livro de Frank Herbert

Em 1984, era lançada a primeira adaptação de “Duna”, livro de Frank Herbert publicado em 1965. O diretor é David Lynch e sua versão é tida como fracassada por condensar demais as quase 400 páginas do 1º livro da saga.

Em 2021, o canadense Denis Villeneuve resolve se arriscar na empreitada. Filmou a primeira parte da história contida no primeiro volume. Se fizesse sucesso, poderia filmar a segunda parte e dar conta de toda a história.

O surgimento de “Duna: Parte 2”, neste início do ano, depois de um compreensivo atraso de alguns meses, indica o sucesso do primeiro, mesmo que ele tenha estreado durante a pandemia. O espectador verá que indica ainda mais, já que aponta claramente para futuros longas.

Sem ser muito melhor que o filme de 1984, podemos entender como Villeneuve foi bem-sucedido comercialmente onde Lynch, um diretor superior, falhou. A resposta está na maior reverência à obra.

Ao ter de resumir demais uma história cheia de personagens e admirada por muitos, a produção de Lynch ficou com muitos buracos, mais perceptíveis para os fãs.

Há ainda o velho embate entre autor e indústria. Ao procurar uma adequação do imaginário de Herbert ao seu, Lynch fez uma obra no meio do caminho, prejudicada por um orçamento que sufocava a autoria, agravada pela impossibilidade de ter o corte final e a duração que ele queria.

Villeneuve não foge muito do que Lynch estabeleceu, mas, na adaptação, faz basicamente o contrário. Sabe que nesse tamanho de produção, cada vez mais é necessário deixar que o estilo fique subordinado aos caminhos da trama. E foi bem fiel ao livro.

Ao ter mais tempo para contar a história do 1º livro – pouco mais de cinco horas, considerando os dois longas – Villeneuve conseguiu um díptico mais cadenciado, principalmente na primeira parte, num ritmo surpreendente para um blockbuster.

Tudo indicava que “Duna: Parte 2” seguiria a mesma toada do primeiro, sem pressa, acreditando na ambientação e num tom mais meditativo.

Nesta continuação, contudo, as cenas de ação são mais numerosas. Se tem mais ação, aproxima-se mais de um blockbuster comum.

- Crítica por Sérgio Alpendre, da Agência Folhapress

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