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Cidades

Corretor de imóveis viaja 1.800 km para salvar vida

André Vicente viajou de Vitória a Recife para doar medula a paciente com linfoma não Hodgkin que precisava de um transplante


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Imagem ilustrativa da imagem Corretor de imóveis viaja 1.800 km para salvar vida
André Vicente, de 32 anos, aceitou fazer parte do banco de doadores após doação de sangue no Hemoes |  Foto: Acervo pessoal

Nem todo herói usa capa. Às vezes ele salva vidas doando medula óssea. Esse é o caso do corretor de imóveis André Vicente, de 32 anos, que percorreu 1.800 quilômetros de Vitória até Recife, Pernambuco, para a ação.

Por meio de seu gesto, ele contribuiu com o tratamento e cura de uma paciente de 38 anos com linfoma não Hodgkin que precisava de um transplante.

André afirmou que a história toda começou por acaso. Em 2021 ele participou como doador de sangue de uma ação itinerante do Hemoes e lá uma pessoa que atuava no mutirão explicou para ele sobre a doação de medula.

Ele ofereceu uma amostra de sangue e assim passou a integrar o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Com esse passo dado, em outubro do ano passado, o corretor foi chamado para fazer o teste de compatibilidade, que foi favorável.

“Fiquei surpreso quando me informaram que eu poderia ser o doador. Fica um misto de ansiedade e receio, porque existe o mito de que o procedimento dói. Mas não é verdade”, disse.

“Procurei o Redome, que me explicou tudo. Depois que entendi, fiquei muito feliz por saber que poderia estar salvando uma vida”, completou.

Para garantir a possibilidade de realização do transplante, precisou passar por novos exames em Juiz de Fora, Minas Gerais, já no mês de março.

Em seguida, houve um adiamento da ação por parte da equipe da paciente, mas tudo foi resolvido. Assim, ele viajou para Recife e no dia 17 de novembro deu início ao processo de doação no Hospital Real Português.

Tratamento

Belisa Sossai, médica do Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes), afirmou que em diversas situações a escolha do transplante é a última opção de tratamento em que há a possibilidade de cura.

Ela comentou ainda que o caso de André é muito raro. “Entre doador e paciente que não são da mesma família, a chance de você encontrar um doador compatível é de 1 em 100 mil. Isso porque a medula depende de uma compatibilidade genética, então a chance é maior entre pessoas da mesma família”.

“A doação não dói nada”

A Tribuna -  Como foi o processo de doação de medula?

André Vicente - Foi por meio de aférese (retirada das células-tronco por meio de coleta de sangue). Foram coletados 250 ml de medula e não dói nada! É um processo muito tranquilo e a única questão que senti foi frio, mas lá eles me deram cobertores e uma solução de cálcio. O processo durou quatro ou cinco horas e eu fiquei deitado assistindo a TV.

Você sabe quem é a pessoa que recebeu a medula?

Não. Tenho pouquíssimas informações que consegui ao longo do processo: é uma mulher de mais ou menos 38 anos, 70 quilos e que é de Curitiba.

Hoje o que sente por ter sido doador?

Hoje estou superfeliz. Fico imaginando como a pessoa se sentiu ao descobrir que tinha alguém compatível. Deve ter sido uma felicidade muito grande. O hematologista que me atendeu em Recife disse que essa é, muitas vezes, a última esperança da pessoa em tratamento.

É muito gratificante e tranquilo. O legal de dar entrevista para os jornais é poder desmistificar o processo de doação de medula. Muita gente não é voluntário porque acha que é doloroso. Mas não é!

Alguns amigos já me perguntaram se eu doaria de novo, e eu falei que sim. Passaria por tudo de novo em qualquer lugar que fosse.

Fique por dentro

Transplante de medula

É uma opção principalmente em casos de doenças hematológicas, incluindo câncer.

Em diversas situações, o transplante de medula é a última opção de tratamento em que há a possibilidade de cura.

Entre doador e paciente que não são da mesma família, a chance de encontrar um doador compatível é de 1 em 100 mil.

Procedimento

Há duas possibilidades:

- Punção: Procedimento realizado sob anestesia em que a medula óssea é retirada do interior do osso da bacia, por meio de punções. Requer internação de 24h, podendo ocorrer dor no local da punção nos primeiros dias, que pode ser amenizada com uso de analgésicos. A recuperação ocorre em torno de 15 dias.

- Aférese: Método em que o doador faz uso de uma medicação por cinco dias, com o objetivo de aumentar a produção de células-tronco no seu sangue. Após esse período, a doação é feita por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue através de duas veias do doador, uma em cada braço, ou uma veia profunda, separa as células-tronco e devolve os componentes do sangue que não são necessários para o paciente.

Requisitos para doar

- Ter entre 18 e 35 anos, mas o doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade.

- Um documento de identificação oficial com foto e estar em bom estado geral de saúde.

- Não ter nenhuma doença impeditiva para cadastro e doação de medula óssea, como HIV (Aids), hepatite C, vários tipos de câncer, entre outros.

Como ser doador

Vá à unidade do Hemoes. Na capital, o Hemocentro fica na av. Marechal Campos, em Maruípe. Também há unidades na Serra, Colatina, Linhares e São Mateus.

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