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Cidades

Cavalos de até R$ 16 milhões recebem tratamento de estrelas no ES

Animais de alto rendimento chegam a custar R$ 16 milhões e recebem tratamento de estrelas, com treinos e banhos


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Com R$ 1 milhão é possível comprar cerca de 25 carros populares ou mais de 6 mil cestas básicas. Ou, para quem preferir, um cavalo. Sim, o equino mais caro que se tem notícia no Brasil hoje está avaliado em R$ 16,5 milhões. 

No Estado, existem animais que têm preços parecidos e recebem tratamento de estrelas de Hollywood, com treinos, alimentação balanceada e até banhos com cremes. 

Às margens do trecho da BR-101 que corta a comunidade de Reta Grande, em Guarapari, o Haras Santo Graal existe há 30 anos e hoje possui um plantel com 85 cavalos da raça mangalarga marchador. 

Imagem ilustrativa da imagem Cavalos de até R$ 16 milhões recebem tratamento de estrelas no ES
PEDRO HENRIQUE SANTOS, Roberto de Souza e Silvano Santos mostram os cavalos mangalarga marchador |  Foto: Roberta Bourguignon/AT

Dentre eles, vários que são campeões em competições de marchas  estaduais e nacionais e até os que não são esportistas, mas que têm seus materiais, como embriões, vendidos por R$ 40 mil por causa da genética. 

Um exemplo é a família de cavalos de pelagem pampa que vive no haras. A mãe, a Malandra, tem 8 anos, o pai, o Malandro, tem 10. A primeira filhinha do “casal”, a Malandrinha, tem 1 ano e oito meses. 

“Esse casal de cavalos que temos é exótico, é diferente. Ninguém tem aqui no Estado igual ao nosso. E isso sabemos porque rodamos muito por aí nas provas”, disse um dos administradores do Haras Santo Graal, Roberto de Souza. 

Ainda segundo Roberto, a Malandra é matriz de embriões, que é quando o material genético é comercializado para outros criadores. “Quando começou a pandemia, começamos a tirar embriões da égua Malandra, mas parou tudo e ela deu a primeira cria. Agora vamos continuar a tirar os embriões”.

Em Muribeca, zona rural da Serra, um rancho é celeiro de vários cavalos campeões. Dentre eles, o Difícil Pedra Lisa, que apesar de jovem, com apenas 8 anos, possui mais de 20 prêmios e já foi estrela da maior competição de cavalos do Brasil. 

Difícil Pedra Lisa é dono do título de Campeão Nacional de Marcha Picada de 2017, a maior conquista do País, que levou  durante a 35ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, que acontece em Belo Horizonte, sempre no final de julho.

“Esses animais, pelo alto rendimento nas pistas, têm tratamento de estrelas mesmo. Eles têm equipe médica especializada, alimentação e treinos”, explicou Leandro Figueiredo, dono do Rancho Figueiredo, onde o animal mora.


Competições escolhem os melhores

No Estado, acontecem mais de 20 competições oficiais para escolher os melhores cavalos na raça mangalarga marchador por ano, segundo o calendário da associação capixaba dos criadores.

São provas de marcha de longa duração que requerem dos animais uma combinação de força e resistência, a fim de avaliar comodidade, rendimento, gesto de marcha e docilidade do cavalo, de acordo com o médico veterinário Mário Cappi Netto.  

“A marcha dos cavalos consiste no contato constante de dois ou três membros com o chão, diferente do trote, o que resulta na redução de atrito e impacto, permitindo um maior conforto ao cavaleiro. Dentro dessa modalidade existem duas variedades: marcha picada e marcha batida”.

Segundo ele, a maior diferença entre as duas variedades está nos tempos em que os cavalos ficam sobre cada apoio. Na marcha batida, os apoios laterais e tríplices acontecem em questão de segundos, ou seja, quase imperceptíveis, se comparados aos apoios diagonais, que são mais longos. 

Essa marcha torna o rendimento da caminhada maior, fazendo com o que o cavalo percorra uma distância maior com menos passos e é ótima para equitação esportiva. 

Já na marcha picada, os apoios laterais e tríplices estão mais presentes. Ou seja, durante o movimento ele passa mais tempo apoiado nas patas de mesmo lado ou de três patas simultaneamente. Como o nome sugere, a frequência de troca de apoios é bem maior.

Médico é dono de campeões

Leandro Figueiredo tem 46 anos, é médico especialista em cirurgias em mãos e microcirurgias, e em seu rancho cria dois cavalos garanhões campeões.

“Difícil Pedra Lisa fica em uma baia especial e tem alimentação especial. Devido ao alto rendimento dele nas provas, tem uma equipe de cuidado exclusiva”. 

De acordo com Leandro, o animal tem cerca de 100 crias e possui uma das genéticas mais famosas entre os criadores da raça mangalarga marchador no Brasil. “O pai do Difícil é um grande reprodutor nacional, o Palhaço de Ituverava. Ele vem de uma genética muito conhecida entre os criadores”. 

Imagem ilustrativa da imagem Cavalos de até R$ 16 milhões recebem tratamento de estrelas no ES
LEANDRO FIGUEIREDO, apaixonado por cavalos desde criança, tem dois animais campeões |  Foto: Divulgação/Ivan Machado

O ortopedista disse que a paixão por cavalos começou na infância e que tem em seu rancho outro campeão, o Estilo do Coronel. Dentre os mais de 35 prêmios, o animal ostenta os títulos de Reservado Campeão Adulto Categoria e Reservado Campeão Jovem Marcha, conquistados em 2018, durante a 28º Exposição Estadual. 

Segundo o  veterinário Vinicius Fardin, a rotina desses cavalos inclui massagens, fisioterapia e alimentação balanceada para que tenham melhor desempenho. 

“São necessários equipamentos e tratamentos de última geração. Ozonioterapia para melhorar a circulação sanguínea, procedimentos odontológicos, laserterapia para o tratamento de possíveis lesões, além de todo o acompanhamento esportivo”.

JLS Hermoso é o mais caro do País

O cavalo mais caro do Brasil é o JLS Hermoso, que vive na Cabanha Maior, em Santa Catarina. Da raça crioula, o animal é avaliado em R$ 16,5 milhões. O seu filhote, o Cadejo Maior, vale R$ 6 milhões e já conquistou prêmios. 

O critério utilizado para calcular a valorização de um cavalo é o número de coberturas (acasalamentos) que ele pode fazer por ano: 150 para campeões e 125 para os demais, números determinados pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos. 

Cada cobertura do JLS Hermoso é vendida a R$ 108,33 mil. De acordo com o ginete bicampeão Daniel Teixeira, para um cavalo ter coberturas tão valorizadas, a beleza e a funcionalidade são fundamentais. Se, além disso, ele vencer competições da raça, os valores aumentam ainda mais.  

“Um cavalo bonito é valorizado. Não apenas por isso, mas pela funcionalidade, correndo em provas. Pode acontecer ainda do cavalo não ser tão bonito, mas se reproduzir bem, produzindo filhos bonitos”.

Daniel explicou que a raça crioula é uma das mais valorizadas do Brasil, atraindo investidores de diversos segmentos, como empresários e profissionais autônomos. 

Suas principais características são a rusticidade e a docilidade. É um animal criado no campo, que suporta as mais variadas temperaturas. “É um cavalo bom de osso, com cabeça bonita, pescoço leve, uma linha de cima equilibrada, com as angulações”.

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