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Cidades

Boas condições físicas e mentais trazem um novo olhar sobre o envelhecimento

Com a mudança do perfil etário da população, todos os setores da sociedade terão de se mobilizar para uma ampliação da qualidade de vida


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O imaginário de uma velhice frágil, limitante e sem novas descobertas é preconceituoso e ultrapassado. Hoje, envelhecer com boas condições físicas e mentais, com círculos sociais saudáveis e com um estilo de vida ativo é uma realidade. Para especialistas, as mudanças na sociedade exigem um novo olhar sobre o envelhecimento.

Com a mudança do perfil etário da população, todos os setores da sociedade terão de se mobilizar para uma ampliação da qualidade de vida. A fase da vida cuja pessoa é considerada idosa, ou seja, acima dos 60 anos, é longínqua e precisa ser vivida com plenitude, defende o chefe do serviço de geriatria e coordenador assistencial de ensino da Santa Casa de Porto Alegre, Virgílio da Rocha Olsen.

Para o especialista, ainda que algumas doenças se manifestem com o avanço da idade, não é mais aceitável naturalizar que dores, esquecimentos e limitações sejam parte da vida na terceira idade. Não basta viver mais: é preciso viver melhor e construir novos olhares sobre as possibilidades da vida na velhice.

“A estrutura da sociedade precisa ser revista. Por exemplo, o currículo escolar precisa ensinar pilares do envelhecimento bem sucedido. Já os investimentos devem se voltar à valorização da pessoa idosa, à inclusão, e também aos sistemas de saúde e previdenciário”.

Para o geriatra Pedro Gibson Paraíso, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar, é preciso uma forte mobilização social e política para garantir um envelhecimento saudável a todos.

“Precisamos focar na qualidade de vida que estamos gerando à população, que vem aumentando a sua média de idade. A população brasileira é heterogênea e precisa de suporte social e de investimentos para garantir um envelhecimento saudável”.

Uma nova crença necessita de destaque: a jovialidade pode, sim, acompanhar o avançar da idade. Cuidados de saúde e estéticos com o corpo, atenção à saúde mental e uma rotina alimentar saudável compõem o combo de rejuvenescimento indicado pela médica ortomolecular Jordana Jantorno.

“O autocuidado traz a jovialidade. Hoje, há muitos tratamentos para garantir um envelhecimento saudável. Temos, por exemplo, a reposição de nutrientes injetável e a reposição hormonal, fora os inúmeros tratamentos personalizados. O ideal é buscar o autocuidado desde cedo, e não esperar envelhecer para procurar”.

Imagem ilustrativa da imagem Boas condições físicas e mentais trazem um novo olhar sobre o envelhecimento
O aposentado Isaias Sobrosa, de 62 anos |  Foto: Heytor Gonçalves/AT

Cuidados com o corpo e com a mente

Investimento nos cuidados com o corpo e também com a mente, além de atividades para manter a mente sempre ativa, não faltam na rotina do aposentado Isaias Sobrosa, de 62 anos.

Quem o vê nos treinos de musculação pode comprovar que há disposição de sobra para os exercícios físicos.

“Estamos diante de uma nova perspectiva da terceira idade. Precisamos nos cuidar para envelhecermos bem, com saúde e com autonomia. Exercícios físicos fazem parte da minha rotina há anos. Tento, inclusive, convencer os meus amigos a começarem a praticar musculação”, ressaltou o aposentado.

Mais autonomia e estilo de vida ativo

Imagem ilustrativa da imagem Boas condições físicas e mentais trazem um novo olhar sobre o envelhecimento
O aposentado João César Nacif Soares e o seu treinador, Lucas Pereira |  Foto: Heytor Gonçalves/AT

O lugar do idoso é onde e fazendo o que quiser. Os treinamentos funcionais, por exemplo, são a escolha diária do aposentado João César Nacif Soares, de 68 anos. Com uma rotina de preparação para as corridas de rua, o aposentado representa uma nova geração de idosos. Para ele, o perfil do idoso se transformou: eles querem mais autonomia, um estilo de vida mais ativo e uma vida com descobertas diárias.

“Os exercícios físicos, como a corrida e o treinamento funcional, são as práticas que mais garantem um envelhecimento ativo. Hoje, idade é apenas um número e, cada vez mais, há pessoas passando dos 60, 65 e 70 anos com saúde e disposição para viver mais e mais”.

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