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Cidades

Aprovados novos remédios e tratamentos para perder peso

Armas inovadoras chegam ao mercado para auxiliar no combate à obesidade, doença que atinge 700 mil pessoas no ES


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Imagem ilustrativa da imagem Aprovados novos remédios e tratamentos para perder peso
O cirurgião e nutrólogo Roger Bongestab mostra remédio em forma de caneta injetável para tratar obesidade |  Foto: Heytor Gonçalves/AT

O combate à obesidade, doença que já atinge cerca de 700 mil pessoas no Espírito Santo, tem ganhado mais armas. Novos remédios, técnicas e tratamentos para perder peso têm sido aprovado ou chegado ao mercado.

Entre as novidades, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, aprovou o Zepbound (tirzepatida), um medicamento em forma de caneta injetável para tratamento da obesidade. O remédio também está em análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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O princípio ativo, a tirzepatida, é o mesmo presente no Mounjaro, medicamento também da Eli Lilly, mas cuja finalidade na bula é o tratamento da diabetes. No Brasil, apesar de já ser aprovado para tratar diabetes tipo 2, o Mounjaro não chegou ao mercado.

A tirzepatida é uma droga injetável semanal com ação nos receptores de dois hormônios produzidos no organismo, GLP-1 e o GIP. Eles atuam no controle do nível glicêmico do sangue e na sensação de saciedade.

A endocrinologista Renata Loureiro Moretto explicou que outras medicações injetáveis no mercado – como o Ozempic e Saxenda – simulam a ação só do hormônio GLP-1. “A tirzepatida apresentou nos estudos redução de peso maior e melhor controle de glicemia em relação a outras medicações”.

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|  Foto: Divulgação

O cirurgião e nutrólogo Roger Bongestab ressaltou, no entanto, que apesar da expectativa da chegada ao mercado da tirzepatida, existe uma crítica a estudos feitos.

“Parece haver maior perda de massa magra, o que não é desejada, se comparado com remédios existentes. Não sabemos se isso é devido à forma com que pacientes são orientados. Pode ser que na prática clínica isso não seja observado”. Ele reforçou que isso deve demorar meses para chegar ao País e ainda ser aprovado para tratar obesidade.

A endocrinologista e metabologista Gisele Dazzi Lorenzoni apontou que os efeitos colaterais da tirzepatida são semelhantes aos do Ozempic. “São efeitos gastrointestinais, como náusea, vômito, constipação ou diarreia”.

A médica com pós-graduação em Nutrologia Fernanda Caron Zucolotto salientou que, apesar de os estudos apontarem que a tirzepatida ajuda emagrecer, nem sempre isso é sinônimo de tratar a obesidade. “O tratamento é complexo. Para não haver novo ganho de peso, é preciso não só mudar o estilo de vida, mas também fazer tratamento para o aumento do metabolismo e para questões emocionais que possam estar ligados a isso”.

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|  Foto: Divulgação

Novidades para combate à obesidade

Tirzepatida

Foi aprovado nesta semana pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, o Zepbound (tirzepatida) para ser usado em pacientes com obesidade ou com sobrepeso e uma comorbidade associada a ele – caso de diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono, entre outros problemas.

A farmacêutica Eli Lilly confirmou que o medicamento já entrou em análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No Brasil e nos Estados Unidos, a tirzepatida já está aprovada com o nome comercial Mounjaro. Nesse caso, é indicado para tratamento de diabetes tipo 2. Apesar de aprovada, ela não chegou às famácias no País.

Tanto o Zepbound, quanto o Mounjaro, são injetáveis e de uso semanal.

A diferença da tirzepatida para outras substâncias no mercado é que ela tem ação nos receptores de dois hormônios produzidos no organismo: o GLP-1 (peptídeo do tipo glucagon 1) e o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose).

Eles atuam no controle do nível glicêmico do sangue e na sensação de saciedade e apresentam nos estudos maior perda de peso corporal.

Semaglutida

Tratamento que ganhou popularidade nos últimos anos, a semaglutida é o princípio ativo do Ozempic, indicado para diabetes e usado de forma off-label (fora da bula) no tratamento de sobrepeso no País.

Em janeiro, a Anvisa aprovou o Wegovy para obesidade, com o mesmo princípio ativo do Ozempic, mas em dose diferente. Apesar de aprovado, o novo medicamento não chegou às farmácias.

Liraglutida

O medicamento é vendido no País sob o nome comercial de Saxenda. É tratamento injetável capaz de promover perda de cerca de 7% da massa corporal. A aplicação é diária e o uso, com acompanhamento médico.

Bupropiona e naltrexona

A combinação das substâncias é vendida sob o nome comercial de Contrave. Entre os diferenciais, tem mecanismo de ação que age tanto na fome fisiológica quanto na fome emocional, ou seja, naqueles que comem como resposta às emoções.

Foi aprovada pela Anvisa no final de 2021, mas chegou às farmácias no primeiro semestre de 2023.

Balão intragástrico deglutível

Chegou recentemente ao mercado o primeiro balão do tipo intragástrico deglutível, com a proposta de ser um tratamento menos invasivo contra o excesso de peso.

O produto está regularizado na Anvisa desde 17 de outubro de 2022 e, em março deste ano, passou a ser comercializado no Brasil.

Em formato de pílula, o paciente o engole ainda acordado, com a descida acompanhada por uma radioscopia, feita por um médico endoscopista. O balão infla no estômago. O procedimento é feito em até 20 minutos e não exige sedação ou anestesia.

O balão é expelido naturalmente na evacuação após 16 semanas.

A promessa é que, durante o período, o paciente perca até 15% do próprio peso.

Fonte: Médicos consultados e pesquisa A Tribuna.

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