Acidentes já mataram mais de 500 pessoas no ES este ano

Como forma de chamar a atenção, 543 cruzes foram fixadas na areia da praia de Camburi, em Vitória, para representar a quantidade de mortos no trânsito |  Foto: Gustavo Forattini/AT

De janeiro a agosto deste ano, 543 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito no Estado, de acordo com o Observatório da Segurança Pública do Espírito Santo. O número equivale a duas mortes por dia.

O diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), Givaldo Vieira, explica que entre os principais motivos que levam a este número estão o excesso de velocidade, a combinação de álcool e direção, a ultrapassagem em locais proibidos e o avanço do sinal vermelho.

“Atribuímos os números a uma condução de risco, na qual o condutor faz escolhas erradas que impactam na sua vida e de terceiros”.

Do total de vítimas, quase metade (48%) era motociclista. Além disso, 82% eram homens. Entre as cidades, Serra lidera o ranking de mortes, com 47 vítimas.

“Serra tem extensão territorial significativa e é cortada pela BR-101, em um trecho de muito movimento e alto risco. A cidade também tem rodovias estaduais e municipais, como a avenida Norte-Sul, nas quais condutores trafegam com velocidades acima do permitido”.

Como medida de conscientização, a orla de Camburi recebeu uma intervenção realizada pelo Detran-ES. Na areia da praia, 543 cruzes foram fixadas para representar a quantidade de mortos. Objetos como capacetes, garrafas de bebida vazias, cadeirinhas de criança e chinelos retrataram os objetos deixados após os acidentes.

A ação foi realizada no domingo e permaneceu no local até o fim da tarde de ontem, fechando a campanha da Semana Nacional de Trânsito, celebrada do dia 18 a 25 deste mês.

A especialista em Trânsito Ana Cecília Carneiro pontua que existem fatores secundários que influenciam este cenário. “Não podemos esquecer que na violência no trânsito temos como fator secundário a precariedade das estradas, a infraestrutura deficiente, a falta de ciclovias e as falhas na sinalização”, destacou.