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Cidades

Abusos em relacionamentos já afetam 354 mil mulheres


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“Ele me agredia e, no outro dia, me comprava flores”. O relato é de uma professora de música, de 25 anos, que não quis se identificar. Ela passou mais de um ano em um relacionamento em que era agredida de forma física, verbal e psicologicamente.

O caso da professora não é isolado. Dados da ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da Organização Mundial de Saúde da Mulher apontam que 30% já sofreram algum abuso psicológico, físico ou sexual dos seus parceiros.

No Espírito Santo, esse índice representa 354 mil vítimas, levando-se em conta que o Estado tem, hoje, 1.181.400 mulheres entre 20 e 59 anos, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No caso da professora de música, ela conta que conheceu o ex-parceiro através do Facebook. Como ele também dava aula de música, chamou a atenção. Começaram a conversar e a namorar. Um mês depois, já moravam juntos.

“Um dia, descobri que ele tinha perfis de garotas de programa no Facebook e fui questionar. Foi quando ele começou a gritar. Avisei que não queria brigas, fui para meu quarto, e veio a primeira agressão”.

O homem a puxou pelo braço e a jogou no sofá. Em seguida, a sufocou e tampou sua boca para que não gritasse. Depois do episódio, as agressões se tornaram rotineiras.

Após pedir ajuda a uma amiga, percebeu o que se passava e deu fim ao relacionamento. Ela viveu um ano e oito meses com o ex.

Uma digital influencer, de 32 anos, que não quis se identificar, conta que viveu quatro relações abusivas e chegou a ter uma arma apontada para ela.
“No meu último relacionamento, eu era agredida fisicamente. Acabei desenvolvendo crises de ansiedade”, relatou.

Após pôr fim ao relacionamento, ela buscou ajuda. “Fiz terapia, entendi que aceitava viver na escassez e hoje não aceito mais”.

Para a psicóloga Monique Nogueira, um relacionamento tóxico é quando a pessoa deixa de ser quem ela é, para ser o que outro espera. “O relacionamento abusivo começa na fase do príncipe encantado. Após essa fase, começa a desvalorização e a vítima vai, aos poucos, perdendo sua autoestima e adoecendo”.

Poucas conseguem denunciar, diz delegada

A maioria das vítimas de um relacionamento abusivo não denuncia o agressor à polícia, segundo a delegada Michele Meira, da Gerência de Proteção à Mulher da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social.

“A gente ainda vem de um processo em que mulheres estão conhecendo a Lei Maria da Penha. Ainda estão se encorajando. Poucas conseguem denunciar”, afirmou a delegada.

Medo, dependência emocional ou financeira e não enxergar que está em um relacionamento abusivo são algumas das razões que impedem o pedido de ajuda.

Ainda segundo a delegada, os riscos de não denunciar são a progressão da violência, que começa de forma sutil e, em alguns casos, termina em feminicídio.

“Você começa com pequenos atos agressivos, com palavras, xingamentos, ameaças. A tendência é sempre piorar. Ciúme excessivo, com redes sociais, um controle sobre o outro, com quem a pessoa esteja falando, sobre a roupa. Soa tão sutil que parece até ciúmes. E é importante denunciar, mesmo quando a violência é verbal”.

Para o professor de Processo Penal e advogado criminalista Rivelino Amaral, o crime de feminicídio é o último ato cometido por alguém que já mostra um perfil voltado para crimes dessa natureza.

“O primeiro sinal é o desrespeito, passar dos limites. Uma perseguição, depois uma ameaça, lesões corporais e, por fim, pode chegar ao crime de feminicídio”, citou.

A delegada Michele Meira conta que o Estado dispõe de uma casa abrigo para mulheres que estão em risco de morte, após denunciar o agressor.

“A mulher que está no relacionamento abusivo não percebe, e quando percebe, tem dificuldades de sair dessa relação. Ela precisa de ajuda, e o papel de amigos e familiares, nesse momento, é conversar, alertar”, destaca.
“Temos, em alguns municípios, delegacias da mulher. Ela pode se dirigir a delegacias e pedir ajuda, medida protetiva. Caso a violência esteja acontecendo no momento, acione o 190”, orienta.

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