‘Por um triz nós não prendemos o Doca; a hora dele vai chegar’, diz secretário da Polícia do Rio
O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, voltou a defender o “sucesso” da megaoperação que deixou 121 mortos, sendo 4 policiais. O principal objetivo da ação era prender Doca, homem apontando como chefe do Comando Vermelho. Na avaliação de Curi, a polícia esteve muito perto de captura-lo.
“A gente tem relatos de que os moradores não aguentam mais o Doca. Tivemos um feedback dessa operação impressionante, parabenizando, elogiando e pedindo mais. A questão de prender o Doca é questão de tempo. Por um triz nós não prendemos o Doca. A hora dele vai chegar”.
De acordo com o governo, dos 99 mortos identificados:
- 42 tinham mandados de prisão pendente
- 78 apresentavam “relevante” histórico criminal (tráfico, homicídio)
40 eram de outros Estados:
- 13 do Pará
- 7 do Amazonas
- 6 da Bahia
- 4 do Ceará
- 1 da Paraíba
- 4 do Goiás
- 1 do Mato Grosso
- 3 do Espírito Santo
O governo do Rio informou que o IML está sendo usado exclusivamente para a necrópsia dos mortos da operação, e que o atendimento às famílias ocorre em um prédio do Detran, ao lado do instituto. Casos não relacionados à ação policial estão sendo direcionados ao IML de Niterói, na região metropolitana.
A Defensoria Pública do Rio afirmou que foi impedida de acompanhar as perícias, mas montou uma força-tarefa com 40 profissionais para atender as famílias - 106 delas já procuraram o órgão para obter documentos, solicitar sepultamento gratuito e regularizar traslados de corpos para outros Estados. A defensora Mirela Assad, da Coordenação Geral de Programas Institucionais (Cogpi), explicou que parte das dificuldades decorre da ausência de familiares para identificação de suspeitos mortos.
A deputada Dani Monteiro acompanhou durante todo o dia a comitiva do governo federal nas comunidades da Penha e do Alemão e no IML, onde prestou acolhimento às famílias. “Direitos humanos não são obstáculos, mas a base de uma política pública séria. Nenhuma política de segurança se sustenta sobre o sangue do seu povo”, disse.
O Ministério Público do Rio de Janeiro está utilizando uma tecnologia capaz de reconstruir digitalmente os corpos. A tecnologia registra com fidelidade todas as lesões externas, auxiliando o trabalho de investigação dos promotores.
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