MP denuncia empresário acusado de matar gari em Belo Horizonte
O Ministério Público de Minas Gerais apresentou nesta quinta-feira, 11, denúncia contra o empresário Renê da Silva Nogueira Junior, que confessou ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes, há exato um mês, no dia 11 de agosto. O caso aconteceu em Belo Horizonte e os disparos foram efetuados após uma discussão no trânsito.
Mais detalhes sobre o oferecimento da denúncia serão apresentados na manhã desta sexta, 12, em uma coletiva de imprensa que contará com a participação do promotor Cláudio Barros, coordenador das Promotorias de Justiça do Tribunal do Júri (Cojur). A reportagem busca contato com a defesa do empresário.
Renê está preso desde 11 de agosto. Em depoimento, ele confessou ter matado o auxiliar de limpeza e, em uma carta escrita na prisão, afirmou que o assassinato foi um “acidente”. O crime ocorreu após o empresário se irritar com uma equipe de coleta de lixo, que bloqueava parcialmente a rua por onde ele queria passar com o carro.
O empresário iniciou uma discussão com uma mulher que dirigia o caminhão de coleta. Para defender a colega, Laudemir interveio e acabou sendo alvo dos disparos feitos por Renê, segundo as investigações. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Renê foi detido horas depois, em uma academia.
Inicialmente, ele negou o crime, mas depois confessou os disparos. A arma usada, uma pistola Glock 380, pertencia à esposa do empresário, a delegada Ana Paula Lamêgo Balbino.
No momento em que era abordado por policiais militares, já ciente de que seria conduzido à delegacia, Renê enviou uma mensagem à esposa orientando-a a não entregar a arma usada no crime, e apresentasse apenas outra pistola que possui, uma 9mm.
O pedido foi interpretado pela polícia como uma tentativa de dificultar as investigações. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Ana Paula, que foi afastada das funções por 60 dias. A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais também investiga o caso.
Renê foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça. O Ministério Público chegou a pedir à Justiça o bloqueio de até R$ 3 milhões em bens do empresário.
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