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Brasil

Fugitivos em Mossoró participaram de ataque que deixou 3 decapitados no Acre

Eles cumpriam penas de 74 anos e 81 anos, respectivamente, no presídio de segurança máxima


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Imagem ilustrativa da imagem Fugitivos em Mossoró participaram de ataque que deixou 3 decapitados no Acre
Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça se declaram integrantes do CV (Comando Vermelho) |  Foto: Reprodução

Os dois presos que fugiram da penitenciária de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, nesta quarta-feira (14) eram oriundos do estado do Acre, onde, em julho do ano passado, participaram de uma rebelião que deixou cinco mortos, em suposta guerra entre facções criminosas.

De acordo com o governo acreano, Rogério da Silva Mendonça, 36, o Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, o Deisinho, que se declaram integrantes do CV (Comando Vermelho), estavam entre os 14 presos transferidos para o sistema federal, em setembro passado, suspeitos de liderarem a matança.

Eles cumpriam penas de 74 anos e 81 anos, respectivamente, no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, destinado a abrigar chefes do crimes. Ambos foram condenados a crimes envolvendo roubo à mão armada, ainda conforme informações do Governo do Acre.

Segundo a polícia, os presos renderam funcionários do presídio em 26 de julho e seguiram para um local onde estavam guardadas as armas dos policiais. De lá, seguiram para o pavilhão reservado para integrantes de facções rivais, entre eles do PCC e B13.

A guerra sangrenta entre os presos terminou com cinco mortos, sendo três deles decapitados. Na época, o governo acreano informou que todos 14 presos transferidos estavam diretamente ligados ao ataque.

A fuga dos presos do sistema federal em Mossoró foi constatada por agentes na manhã desta quarta. Essas foram as primeiras ocorrências do tipo em penitenciárias de segurança máxima nacional desde a inauguração do sistema em 2006.

Segundo pessoas ouvidas pela reportagem, a fuga aconteceu durante a madrugada, por volta das 3h.

A principal suspeita até o momento é de que os dois presos teriam usado materiais de uma obra do pátio da penitenciária como instrumentos na ação, de acordo com pessoas com acesso à investigação.

Os detentos teriam aberto um buraco no teto da cela e conseguiram escapar do local, durante o banho de sol.

Ainda não há informações se houve ajuda de agentes penitenciários, de outros funcionários ou pessoas de fora na fuga. As duas hipóteses estão sendo investigadas, mas já há consenso de que houve falha na inspeção. A prioridade no momento é capturar os fugitivos.

Os dois presos estavam em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde as regras são mais rígidas que as do regime fechado. Nesse tipo de ala há um local para o banho de sol para que os detentos não tenham contato com outros presos.

O presídio de Mossoró também abriga Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, que foi transferido em janeiro deste ano para a unidade.

O secretário nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, marcou viagem a Mossoró para acompanhar a busca pelos foragidos e a apuração das circunstâncias da fuga.

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) também atua nas rodovias federais na busca pelos dois homens.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, está em São Paulo, de onde monitora as ações para encontrar os fugitivos. Essa é a primeira crise de seu mandato como ministro no governo Lula (PT).

Ao todo, há cinco presídios federais de segurança máxima, localizados em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Brasília (DF). A penitenciária que fica em Mossoró foi inaugurada em 2009 e tem capacidade para até 208 presos.

O sistema penitenciário federal tem a finalidade de combater o crime organizado, isolando as lideranças criminosas e os presos de alta periculosidade. As maiores lideranças do PCC e do Comando Vermelho estão em unidades federais.

O sistema também conta com atendimentos médicos, farmacêuticos, psicológicos, odontológicos, para que os presos saiam da unidade somente em casos extremos. Nunca houve registro de rebelião nem entrada de materiais ilícitos nas unidades penitenciárias.

Membros do Ministério da Justiça não explicaram ainda o detalhamento de como tudo aconteceu, mas falam em uma série de falhas porque o presos conseguiram sair da cela, passaram por câmeras de monitoramento e pela vigilância das guaritas.

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