Lucro com mais proteína na ração
Cooperativa investiu em uma nova fórmula que ampliou nutriente no alimento animal, resultando em ganho de R$ 12 milhões ao ano
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A Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale do Benevente (Coopruvab), com sede em Alfredo Chaves e mais de 650 cooperados ativos, resolveu, há cerca de seis meses, investir em uma nova fórmula de ração, que tem mais proteína. Hoje, lucra R$ 12 milhões por ano.
“Eu, médico veterinário, sugeri que incluíssemos o DDG nas rações para as vacas leiteiras. O DDG é um coproduto da indústria de etanol de milho, que apresenta teores proteicos significativos, com alto percentual de proteína não degradável no rúmen (PNDR) e teor de óleo considerável, tendo boa aceitação de consumo pelos animais. Não bastasse isso, é um produto barato para comprar”, disse o presidente da Coopruvab, Leone Bull.
Com 18 anos de fundação e atualmente com uma produção de 40 toneladas em 24 opções de rações, com foco na nutrição de bois, aves, suínos, peixes e pets, a cooperativa também resolveu investir no uso de probióticos nas rações. Isso, somado à utilização do DDG, fez com que a cooperativa lucrasse cerca de R$ 12 milhões por ano.
“A estratégia reduz custos com matéria-prima e cria melhores retornos para os cooperados”, complementou o presidente.
Vice-presidente da Coopruvab, Eloilson Cetto reforçou a importância do cooperativismo:
“Uma pesquisa de Imagem do Cooperativismo, realizada pelo Sistema OCB, aponta que, em 2023, 88% dos 11.522 entrevistados consideram o movimento atual, moderno e inovador.”
Para Eloilson, o cooperativismo passou a ser reconhecido como um vetor de desenvolvimento econômico e social de vital importância, não só para o Espírito Santo, mas para todo o Brasil.
“O cooperativismo, como agente de criação de desenvolvimento, emprego e renda, faz com que haja prosperidade na sociedade onde ele está inserido. E é reconhecendo essa potência que o nosso estado tem caminhado cada vez mais para consolidar-se como um 'case' de sucesso no país.”, ressaltou.
Ambição é faturar R$ 18 bi ao ano
Com faturamento anual de R$ 11,5 bilhões, as cooperativas capixabas desempenham papel relevante na economia capixaba, segundo o Anuário do Cooperativismo Capixaba de 2023. “Queremos chegar a 2027 com R$ 18,8 bilhões em faturamento”, afirmou o assessor jurídico do Sistema OCB-ES, Eduardo Campana.
Os dados, relativos a 2022, indicam que o Estado tem 115 cooperativas e 750 mil cooperados.
Com uma participação de 6,4% no Produto Interno Bruto (PIB) nominal capixaba, foram recolhidos R$ 589 milhões em impostos e taxas naquele ano. “Cerca de cinco a cada dez pessoas estão, de alguma forma, conectadas ao cooperativismo no Espírito Santo. O número é equivalente a 1,8 milhão de pessoas”, explicou.
Entre as principais áreas de atuação do setor estão agropecuária, consumo, crédito, infraestrutura, produção de bens e serviços, transporte e saúde. O agro foi o setor que mais movimentou dinheiro dentro do cooperativismo em 2022, com um giro de R$ 4,3 bilhões. Em segundo lugar vem o setor de crédito, com R$ 3,9 bi.
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