Veja se você está em dia com seus exames
Check-up anual pode salvar vidas, dizem especialistas
Escute essa reportagem
Com a proximidade do fim do ano, as metas para 2024 já começam a ser feitas. Cuidar da saúde sempre aparece na lista de objetivos, segundo especialistas. Normalmente, o check-up médico deve ser realizado uma vez por ano, a depender do caso.
Realizar uma série de exames clínicos, laboratoriais e de imagem, segundo especialistas, além de auxiliar no diagnóstico precoce de doenças, pode salvar vidas. Para te ajudar nessa meta, A Tribuna preparou um guia de exames, da infância à terceira idade, com auxílio de médicos ouvidos pela reportagem.
Logo ao nascer, a criança passa pelo teste da linguinha, do coração e da orelha. E com um ano de idade, precisa realizar diversos exames, como hemograma completo, de fezes e urina, vitaminas e ferritina.
“A anemia, por exemplo, até ela gerar sintomas, o quadro tem de estar bem avançado. Com exames é possível detectar a doença no início”, explica a pediatra Karoliny Veronese.
Já para as mulheres, os exames recomendados variam conforme a faixa etária, de acordo com a ginecologista Patricia Leite, membro da diretoria da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado (Sogoes).
“Para mulheres na faixa dos 20 anos, o principal exame utilizado é o papanicolau. Na faixa dos 40, adiciona-se a mamografia e, ocasionalmente, a ultrassonografia transvaginal. Já após os 65 anos, consideramos também o exame de densitometria óssea”.
Apesar de não irem com a frequência recomendada ao médico, os homens também devem realizar exames anuais.
“É na consulta que eles recebem a orientação adequada. E, muitas vezes, o homem só terá algum sintoma quando a doença está avançada. O exame de rotina pode detectar doenças nas fases iniciais”, alerta o urologista Camilo Milanez.
De olho na saúde após câncer
A psicóloga Ana Maria Gatto, de 80 anos, contou que, quando mais nova, não tinha o hábito de fazer exames de rotina.
“Eu sempre fui uma pessoa muito saudável e não sentia absolutamente nada. Ia ao ginecologista uma vez por ano, mas não fazia um check-up completo”.
Mas, com o avançar da idade, Ana começou a fazer com mais frequência exames de rotina. “Depois de 2015, quando tive um câncer de endométrio, não me descuidei mais. Faço acompanhamento com meu oncologista e de seis e seis meses faço tomografia e exames laboratoriais”.
Em 2020, Ana descobriu um novo câncer na bexiga, passou por cirurgia e agora segue cuidando da saúde. “Com os exames é muito mais fácil se tratar e prevenir precocemente do que deixar a doença avançar”, afirma a psicóloga.
Indicações dependem do paciente
Por mais que haja recomendações de exames para cada faixa de idade, médicos explicam que as indicações podem mudar, dependendo do quadro de saúde do paciente.
No caso de crianças, deverá ser analisado cada paciente, segundo a pediatra Karoliny Veronese. “Além dos exames de rotina, cada caso será individualizado, como no caso de criança abaixo ou acima do peso”.
O urologista e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)-Regional Espírito Santo, José Tadeu Carvalho, explica que qualquer exame solicitado é complementar à consulta, onde é realizada a anamnese (conversa com o médico) e o exame físico completo.
No caso dos homens, a partir dos 15 anos até os 40, devem fazer uma consulta anual com um urologista ou com o clínico geral, e exames como hemograma, glicemia em jejum, creatinina, exame de urina e parasitológico de fezes.
“Se o homem tiver alguma doença prévia, esta avaliação com exames complementares será de acordo com cada caso. Após os 40 anos o acompanhamento deverá ser feito com o cardiologista e com o urologista”, explica José Tadeu.
A geriatra Waleska Binda Wruck, membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Estado, ressalta que é importante que o idoso seja avaliado pelos seus hábitos de vida, além dos exames.
“Nessa consulta é importante que seja feito um exame físico detalhado, e todos os exames complementares devem ser avaliados, se são necessários ou não, de acordo com a individualidade do paciente”.
Comentários