Como a polícia prendeu Marujo, criminoso mais procurado do ES
Além do trabalho de monitoramento, a polícia precisou mudar a estratégia para conseguir realizar a prisão
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Após anos de uma caçada em bairros do Espírito Santo e até mesmo do Rio de Janeiro, as forças de Segurança Pública do Espírito Santo conseguiram prender Fernando Moraes Pereira Pimenta, o Marujo, na manhã desta sexta-feira (08), no bairro Bonfim, em Vitória.
Marujo é apontado pela polícia como chefe do tráfico de drogas do Bairro da Penha, em Vitória, e integra o Primeiro Comando de Vitória (PCV).
O superintendente de Polícia Especializada (SPE), delegado Romualdo Gianordoli, revelou que há quatro meses a polícia focou os trabalhos em encontrar Marujo e começou a iniciar a operação que resultou na prisão.
Além do trabalho de monitoramento, a polícia precisou mudar a estratégia para conseguir realizar a prisão. Uma das mudanças foi o horário da operação. Normalmente, as ações para cumprimento de mandados de prisão são realizadas no fim da madrugada, mas, no caso de Marujo, a operação aconteceu por volta das 8 horas.
"Ele não dormia. Uma observação que fizemos da rotina dele é que ele praticamente não dormia. Fizemos a operação para chegar mais ou menos às 8 horas, que era o pouco horário que ele descansava, porque é um horário que meio que não tem operação policial, acontecem pela madrugada. Ele dormia de duas a três horas por dia", explicou Gianordoli.
Por conta do horário, o delegado explicou que o desafio era a polícia chegar na residência onde Marujo estava sem ser percebida e o risco da operação por ser em momento de muita movimentação nas ruas. Havia ainda um receio do foragido tentar uma fuga pelo telhado, mas a casa foi cercada.
O esconderijo onde ele estava ficava atrás de uma parede em uma espécie de bar que tinha dentro do quarto pavimento da residência.
"Nós confiávamos que ele estava naquela casa. Não foi fácil, tivemos que lidar com a frustração, porque, aparentemente, não parecia ter ninguém ali e a família não dava qualquer informação. No trabalho de procura, ele verbalizou e a gente tinha certeza que ele estava lá, mas ele não abriu o esconderijo", afirmou o delegado.
O bunker só era aberto pela junção de dois fios, não havia maçaneta ou dobradiças. Dentro do local que cabia apenas uma pessoa, havia um cilindro de oxigênio, um fuzil 556, cinco carregadores e munições. O pai dele foi quem quebrou o vidro para que Marujo saísse do esconderijo.
O buraco era para onde Marujo sempre escondia quando havia operação no Complexo da Penha. Apesar de ser muito querido na comunidade, como informou o delegado, o traficante não era de sair do bairro Bonfim, onde estava desde outubro do ano passado quando começou a guerra de sua facção, o Primeiro Comando de Vitória (PCV), com o Terceiro Comando Puro (TCP).
"Ele não saía do morro. No máximo, ia para São Benedito, no sábado ou domingo", revelou o superintendente de Polícia Especializada.
Marujo tem seis mandados de prisão em aberto por crimes e encabeçava a lista dos criminosos mais procurados do Espírito Santo.
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