Mitos e verdades sobre cirurgia bariátrica
A cirurgia é perigosa? Qualquer pessoa pode fazer? Essas e outras questões foram respondidas por especialista
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Indicada para tratar casos de obesidade grave, a cirurgia bariátrica, conhecida popularmente como “redução do estômago”, é uma das melhores formas de promover qualidade de vida para pacientes que sofrem com a doença. Há, no entanto, diversas crenças falsas em torno do procedimento.
Para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre a cirurgia, o jornal A Tribuna abordou mitos e verdades sobre o procedimento em uma entrevista com o médico Gustavo Peixoto, cirurgião do aparelho digestivo e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
A Tribuna - A cirurgia é desnecessária. Qualquer pessoa emagrece se “fechar a boca”.
Gustavo Peixoto - Mito. Hoje, já sabemos que a obesidade mórbida é uma doença de difícil controle. Um paciente que esteja na fase mais grave da obesidade tem pouca chance de reverter esse cenário sem a bariátrica.
A obesidade é uma doença que é multifatorial e de complexo no tratamento. Há fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida, por exemplo, envolvidos nas causas. Ao fazer uma pesquisa, é possível constatar que alguns subtipos de genes de pessoas com obesidade mórbida têm padrões bem definidos, que provocam uma predisposição à doença.
Qualquer um pode fazer a cirurgia bariátrica.
Mito. A indicação é para obesos nos estágios mais avançados da doença. Então, classicamente, a obesidade de grau 3, que é a chamada obesidade mórbida. Para se enquadrar nesta classificação, o paciente deve ter índice de massa corporal (IMC) acima de 40.
O IMC entre 35 e 40, configura a obesidade de grau 2. Nela, o indivíduo tem indicação de cirurgia bariátrica se houver doenças associadas, como pressão alta, diabetes, apneia do sono, a doença do refluxo e outras doenças. Já os pacientes com obesidade de grau 1 geralmente respondem bem aos tratamentos clínicos.
A bariátrica é muito cara.
Mito. Quando comparamos os custos da cirurgia bariátrica com os tratamentos das doenças da obesidade mórbida, a cirurgia é economicamente mais eficiente. Por exemplo, uma pessoa hipertensa, diabética e com obesidade mórbida consome, ao longo de 20 anos, várias drogas, vários exames e várias terapêuticas que, quando somadas, custam mais.
Os planos de saúde e o SUS devem cobrir a cirurgia.
Verdade. Tanto a saúde pública quanto a saúde suplementar têm cobertura para a cirurgia bariátrica dentro dos critérios definidos pelo Ministério da Saúde e, no caso dos planos de saúde, pelos critérios da Agência Nacional da Saúde Suplementar (ANS).
A cirurgia é perigosa.
Mito. A cirurgia bariátrica foi sendo modernizada. Aquelas que eram realizadas com cortes grandes se tornaram cirurgias menos invasivas.
Hoje, ela pode ser realizada até por cirurgia robótica. O risco de morte para cirurgias feitas por equipes experientes, com certificação, é em torno de 0,25%, ou seja, é uma cirurgia extremamente segura.
A cirurgia bariátrica deixa uma grande cicatriz.
Mito. Hoje em dia, a cirurgia é feita por videolaparoscopia, com pequenas incisões de cerca de 10 ou 12 milímetros.
É preciso adotar hábitos saudáveis após a cirurgia para emagrecer ou manter o peso.
Verdade. Já durante o período de preparação para a cirurgia é preciso adotar alguns hábitos com o paciente.
No período de preparação, o nutricionista busca um engajamento do paciente para que ele melhore a alimentação e aumente a atividade física para já chegar na cirurgia de uma maneira mais equilibrada e saudável.
Preparamos progressivamente o paciente para que, depois da cirurgia, ele mantenha o exercício físico.
O paciente pós-bariátrico deve fazer acompanhamento por toda a vida.
Verdade. O ideal é que faça acompanhamento por toda a vida. Esse acompanhamento fundamentalmente tem que ser feito por um médico que entenda de bariátrica, mas não necessariamente o cirurgião bariátrico. Pode ser um endocrinologista, um bom nutrólogo ou um bom clínico geral. O importante é que tenha apoio multidisciplinar, além do médico.
Após a cirurgia, o paciente pode engordar novamente.
Verdade. Pode, mas é exceção. Na verdade, o normal é o indivíduo perder cerca de 40% do peso total no primeiro ano e, depois, ganhar entre 5% e 10%. Esse é o gráfico comum. A regra é que o paciente tenha essa curva até a estabilização do peso.
A cirurgia bariátrica deixa uma grande cicatriz.
Mito. Hoje em dia, a cirurgia é feita por videolaparoscopia, com pequenas incisões de cerca de 10 ou 12 milímetros.
Fique por dentro
A indicação para a cirurgia bariátrica é feita para obesos nos estágios mais avançados da doença. Para se enquadrar nesta classificação, o paciente deve ter índice de massa corporal (IMC) acima de 40.
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O paciente pós-bariátrico deve fazer acompanhamento por toda a vida com um médico que entenda de bariátrica, mas não necessariamente o cirurgião bariátrico. Pode ser um endocrinologista, um nutrólogo ou um clínico geral, por exemplo.
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O risco de morte para cirurgias bariátricas feitas por equipes experientes, com certificação, é em torno de 0,25%, ou seja, é uma cirurgia extremamente segura.
Geralmente, o paciente bariátrico recupera o dinheiro investido na cirurgia em três anos. Isso porque a obesidade mórbida envolve diversos custos em cuidados com a saúde ao longo dos anos.
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Obesidade - Acúmulo de gordura causado por um consumo de energia na alimentação superior à usada pelo organismo.
Sedentário - Adulto, entre 18 e 60 anos, que não realiza ao menos 30 minutos, cinco vezes por semana, de atividade física leve ou moderada.
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40 quilos a menos - Nova silhueta
A cantora Jojo Todynho perdeu 40kg em cinco meses após cirurgia bariátrica. Em fotos no desembarque do Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, na última quinta-feira, é possível ver a nova silhueta da carioca.
Na última semana, ela comemorou o resultado em vídeos para as redes sociais. “Olha, hoje, eu completei cinco meses de bariátrica, acabei de fazer minha pesagem, 100 quilos, tá, bebê? Esqueça tudo, daqui a pouco a mamãe está nos dois dígitos. Até o Carnaval, vocês me aguardem”, avisou.
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