Em entrevista, caseiro morto disse que tinha medo de voltar a trabalhar
Ao Tribuna Online, o trabalhador, que no início do mês teve arma apontada para a cabeça durante assalto no sítio, contou que temia pela sua vida
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O caseiro Izaac Ferreira Gama, 62, disse, em entrevista ao Tribuna Online, que tinha medo de voltar a trabalhar. O desabafo foi feito horas após o trabalhador ter sido feito de refém durante um assalto, no dia 9 de março deste ano, no sítio onde ele trabalhava na estrada de Betes, na zona rural de Serra Sede, na Serra.
Na ocasião, o caseiro foi amarrado, amordaçado e teve uma arma apontada para a cabeça enquanto criminosos levavam cerca de R$ 300 mil em bens. "Eu vou ter medo de voltar a trabalhar. O medo não acaba", disse Izaac ao ser perguntado se sentiria seguro de voltar a trabalhar no sítio após a violência que sofreu na época.
Cerca de 10 dias após ter vivido momentos de terror nas mãos de criminosos, o medo do caseiro se confirmou. Na madrugada deste domingo (19), Izaac foi morto com um tiro no peito. O caso aconteceu após ele ter ouvido uma movimentação estranha no sítio onde trabalhava e ter ido a uma propriedade vizinha pedir ajuda.
Cerca de 10 dias após ter vivido momentos de terror nas mãos de criminosos, o medo do caseiro se confirmou. Na madrugada deste domingo (19), Izaac foi morto com um tiro no peito. O caso aconteceu após ele ter ouvido uma movimentação estranha no sítio onde trabalhava e ter ido a uma propriedade vizinha pedir ajuda.
Um amigo de Izaac, que estava com ele na hora de sua morte, contou o que aconteceu. Segundo ele, por volta das 23h40, quando se preparavam para dormir, ouviram um cachorro latindo e de um carro reduzindo a velocidade. Ao olhar pela porta, o homem conta que o carro parou e que os ocupantes do veículo teriam cortado a energia da casa. Os amigos abriram a porta do fundo da residência e fugiram por ela.
"Quando a gente pulou a porteira, ele pegou e chegou na frente da janela do caseiro de outra propriedade para socorrer a gente. O caseiro saiu. Quando ele abriu a porta, ele não entendeu direito e atirou. Ele não sabia do que se tratava. Ele achou que fosse bandido. A gente estava pedindo socorro", relatou o amigo de Izaac.
A Polícia Militar foi acionada e o caseiro que efetuou o disparo se apresentou para a equipe. Aos militares, ele relatou que utilizou uma espingarda calibre 32 para atirar.
O amigo de Izaac afirmou que ele e a vítima não estavam armados. O corpo do caseiro foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML), em Vitória.
A Polícia Civil informou que o autor do disparo, 50 anos, foi conduzido à Delegacia Regional da Serra, onde, após as oitivas, o delegado plantonista entendeu que ele agiu em legítima defesa e foi liberado. A espingarda foi apreendida. As circunstâncias do ocorrido seguirão sob investigação da Polícia Civil. Outras informações não serão divulgadas, no momento, para não atrapalhar as investigações.
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