Presos mais dois suspeitos de executar morte encomendada por filha em Cabo
Prisões de Carlos Alerrandro e Walter Silvestre aconteceram nesta segunda (8); caso envolve Amanda Botrel, que confessou ter mandado matar o pai

Mais dois homens foram presos na última segunda-feira (8) suspeitos de executar o assassinato do caminhoneiro Ayres Botrel, de 60 anos, ocorrido no dia 20 de junho deste ano, na praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife.
Segundo a Polícia Civil, o homicídio foi encomendado pela filha da vítima, Amanda Botrel, de 19 anos, que está presa de forma preventiva desde 27 de junho. Interessada na herança do genitor, avaliado em R$ 2 milhões, ela chegou a pedir que não atirassem na cabeça do pai para que o caixão pudesse ficar aberto no velório. Os criminosos chegaram antes da ordem de Amanda.
Execução encomendada por rede de contatos
Os suspeitos presos são Carlos Alerrandro Vanderlei de Melo e Walter Silvestre da Silva. De acordo com a investigação, Amanda entrou em contato com um presidiário identificado como Daniel Fernandes de Araújo, amigo de infância e com quem mantinha um relacionamento.
Daniel, que cumpre pena em um presídio de Jaboatão, acionou Guilherme Henrique Andrade da Silva, que estava no Rio Grande do Norte. Guilherme, por sua vez, recorreu a Erick Manoel Soares da Silva, preso no Cotel, que estabeleceu o contato com os executores do crime.
A delegada adjunta da 14ª Delegacia de Homicídios do Cabo, Myrthor Andrade, explicou que a polícia conseguiu comprovar a participação da filha da vítima.
“A gente conseguiu colocar a filha da vítima como participante do delito, conseguiu a prisão temporária dela e essa foi a primeira etapa das investigações. A partir daí, a gente realizou algumas diligências investigativas e conseguimos apurar a participação de mais cinco pessoas”, disse.
Confissão e promessa de recompensa

Amanda confessou o crime logo após ser detida em junho. Segundo a polícia, ela prometeu a Daniel o pagamento de R$ 50 mil e a entrega de um apartamento em troca da execução. Guilherme foi preso na semana passada.
A delegada Myrthor Andrade destacou que o inquérito reuniu provas materiais e depoimentos que confirmaram o enredo criminoso.
“Agora que teve todas as fases concluídas, inclusive com o oferecimento do inquérito, com as prisões. Agora é com o Poder Judiciário finalizar, e quem sabe, uma sentença condenatória. Tiveram algumas confissões, inclusive a filha da vítima confessou logo no início e o próprio Daniel, presidiário, confessou, apesar de ter informado outras motivações”, afirmou.
Divergência nos depoimentos

Em depoimento, Amanda alegou ter sido induzida por Daniel a encomendar o homicídio. Já o presidiário afirmou que ela pediu o crime alegando sofrer abusos sexuais do pai. A versão foi descartada pela polícia, que concluiu que a motivação estava ligada à promessa de recompensa financeira e patrimonial.
“Houve versões diferentes, mas a linha de investigação e as provas materiais mostraram que houve a negociação e a participação efetiva dela”, resumiu a delegada.
Contradições e choque na comunidade
O caso causou comoção no Cabo de Santo Agostinho. Durante o enterro de Ayres Borrel, Amanda foi registrada chorando de forma intensa. Dias depois, já presa, chegou a ser flagrada sorrindo, o que ampliou o impacto do crime entre familiares e vizinhos.
Comentários