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Polícia

Escola obriga filha de casal de mães a participar de festa dos pais

Aluna de escola particular se sente constrangida em evento e família registra BO


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Imagem ilustrativa da imagem Escola obriga filha de casal de mães a participar de festa dos pais
Em nota, a Polícia Civil informou que a ocorrência foi registrada no dia 12 de agosto pela Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente |  Foto: Reprodução do site do Colégio Elo

Uma estudante de 9 anos do colégio Elo, uma unidade educacional particular de Candeias, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, teria sido obrigada a participar da comemoração do Dia dos Pais, apesar de ser filha de um casal de mães.

O constrangimento da criança ocorreu na última sexta-feira (9) e foi denunciado à imprensa nesta quarta-feira (14), após o registro na polícia.

Maira Morais, mãe da menina e jornalista, relatou que tomou conhecimento do ocorrido através da mãe de um colega da filha. A mãe autorizou a divulgação do seu nome.

Aluna foi forçada a subir ao palco e retirada do colo de uma mãe

Durante a celebração, a aluna teria ficado visivelmente desconfortável por ser forçada a subir ao palco e bater foto com os demais colegas e seus pais, quando ela não tem pai.

A criança já tinha se recusado, pediu para voltar à sala de aula e, depois, sentou-se no colo da mãe de uma amiga, que tentava acalmá-la.

Suas duas mães não estavam presentes porque sempre participam da festa Dia das Mães. Na foto, a estudante aparece ao lado da professora.

“A tia da escola de sala de aula pegou minha filha do colo da mãe para poder participar da foto oficial. Ela disse que na hora não entendeu. Achava que a menina iria ser levada para a sala de aula. Aí, ela puxou minha filha para essa foto oficial onde todas as crianças estão com os pais, com o pai na foto e minha filha está com a tia”, declarou ao Tribuna Online.

Falta de procotolo para atender às crianças sem pais

Conforme Maira, o procedimento padrão no Dia dos Pais para crianças sem pai, seja por uma configuração familiar diferente, ausência do nome do pai no registro, trabalho, ou falecimento do pai, é que essas crianças permaneçam em sala de aula, acompanhadas por outra professora, durante a atividade.

“O protocolo dos anos anteriores, a gente sempre participou do Dia das Mães, as duas, sempre recebe o presente das mães, as duas. Então, a escola e os amigos de sala de aula e os outros familiares também têm ciência que ela tem duas mães”, declarou.

A jornalista acrescentou. “A gente espera da escola que seja um ambiente acolhedor, que trate todas as questões sociais dentro da escola. Em boa parte da vida, a gente não vai lembrar de todos os conhecimentos da escola, mas certamente as vivências e as histórias que a gente teve, e os traumas, tudo, eles são lembrados. Essas são as partes mais importantes, principalmente nesse desenvolvimento infantil. E não foi isso que a gente encontrou nesse caso”, disse a jornalista.

Funcionária da escola diz que ali era um ambiente tradicional

Segundo Maira, ao saber do caso, sua companheira foi até a escola para entender a situação. As professoras do turno da tarde, no entanto, alegaram não estar cientes do ocorrido. Uma das funcionárias teria então mencionado que a escola é um local “tradicional”. 

As mães decidiram registrar um Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Civil, acompanhadas da filha e de Anna Cristina, que testemunhou o caso.

“Fomos à delegacia para prestar uma queixa, porque até a nossa filha precisa se sentir segura e ver que estamos ao lado dela para qualquer situação. Essa é uma delas. Para ela entender que, em qualquer momento que ela se sentir constrangida, ela pode se abrir sempre para falar”, declarou Maira Morais.

Caso fere o Estatuto da Criança e do Adolescente

Em nota, a Polícia Civil informou que a ocorrência foi registrada no dia 12 de agosto pela Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente. As investigações estão em andamento.

O caso foi registrado com base no artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que define como crime "submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou constrangimento".

As mães estão analisando a possibilidade de mudar a criança de escola, com outras crianças do colégio. A dificuldade é que já está em mais da metade do ano letivo.

Outras mães estão com dores parecidas e algumas mães pensam em tirar os filhos da escola.

“Algumas mães estão esperando os três meses para acabar o ciclo letivo, para que façam uma mudança de escola. Isso vai ser interessante também porque minha filha acaba migrando com alguns colegas e não se sentirá com todas aquelas readaptações que precisam ter na chegada de uma nova escola”.

Colégio divulga nota de duas linhas

Procurada pelo Tribuna Online, o Colégio Elo informou o seguinte: "A direção do colégio está apurando os fatos e conversará com as famílias envolvidas para os esclarecimentos e resolução do ocorrido".

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