Vera Cruz devolve nove linhas de ônibus e causa apreensão no transporte público
A medida afeta o transporte coletivo em pelo menos cinco cidades da RMR
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A empresa de transporte público Vera Cruz surpreendeu a população e o Governo do Estado de Pernambuco ao solicitar a devolução de nove linhas de ônibus que operava na Região Metropolitana do Recife (RMR).
A medida gerou apreensão entre os usuários do transporte público e levantou questionamentos sobre o futuro da mobilidade urbana na capital pernambucana. A ação afeta especialmente os usuários dos municípios do Recife, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.
As linhas afetadas:
1745 - TI Tancredo Neves (BR-232) - TI Afogados
1746 - TI Tancredo Neves (BR-232) - TI Abreu e Lima
1747 - TI Tancredo Neves (BR-232) - TI Shopping
1748 - TI Tancredo Neves (BR-232) - TI Camaragibe
1749 - TI Tancredo Neves (BR-232) - TI Caxias
1751 - TI Tancredo Neves (BR-232) - TI Rodoviária
1752 - TI Tancredo Neves (BR-232) - TI Caxias
1753 - TI Tancredo Neves (BR-232) - TI Nova Avinhetas
1754 - TI Tancredo Neves (BR-232) - TI Parque Poeta
Motivos da devolução:
A Vera Cruz alega que a operação das linhas se tornou inviável economicamente devido a diversos fatores. Entre eles, a empresa afirma que a demanda por transporte público diminuiu consideravelmente nos últimos anos, especialmente após a pandemia de COVID-19.
A companhia também fala sobre o aumento do preço do combustível, dos pneus e dos demais insumos impactou significativamente os custos e argumenta que a tarifa cobrada não acompanhou o aumento dos custos, tornando a operação das linhas insustentável.
Impacto para os passageiros:
A entrega das linhas pela Vera Cruz gera preocupação entre os usuários do transporte público, que temem a falta de alternativas e a piora na qualidade do serviço.
Segundo o Grande Recife informou ao Portal da Tribuna Online, por meio da coordenadoria de comunicação, o órgão tem agido em relação aos descumprimentos de regulamento da empresa Vera Cruz, que são do conhecimento das pessoas que usam o sistema.
“"Neste momento, tomamos conhecimento do pleito da empresa e estamos analisando suas consequências. Asseguramos que qualquer deliberação, em seu tempo, será tomada da melhor forma possível. Será preservado, primeiramente, o interesse das pessoas que precisam do sistema e, complementarmente, os da empresa". Grande Recife,
Impacto nos trabalhadores dos coletivos
O Sindicato dos Rodoviários se posicionou sobre o problema. Em um trecho da nota enviada à imprensa, revela que procurou o Ministério Público do Trabalho para que se busque uma conciliação. O sindicato também cobrou do Grande Recife que nenhum profissional seja demitido.
"De nossa parte o que queremos deixar claro tanto a população e principalmente aos trabalhadores da Empresa Vera Cruz que é de responsabilidade do Governo Raquel Lyra e da empresa Vera Cruz a manutenção das linhas, dos ônibus que nelas operam e do emprego dos rodoviários atingidos.
Como medida emergencial, o sindicato procurou o Ministério Público do Trabalho para que busque uma conciliação.
Além disso, solicitamos um compromisso por escrito por parte do Grande Recife que nenhuma linha será afetada, que nenhum ônibus será retirado (independentemente da empresa que passar a assumir) e que nenhum trabalhador será demitido".
Futuro incerto:
O futuro das nove linhas de ônibus entregues pela Vera Cruz ainda é incerto. O Consórcio de Transporte tem até 90 dias para encontrar soluções para garantir a continuidade do serviço, como a licitação das linhas para outras empresas ou a realocação de frotas de outras empresas já operantes na região.
Acompanhamento:
A população de Recife e da RMR acompanha com atenção os desdobramentos da situação, buscando soluções que garantam um transporte público eficiente, acessível e de qualidade para todos.
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