Mistério no Carnaval: 29 foliões são furados por agulhas em Pernambuco
As vítimas tiveram dificuldade de identificar os responsáveis pelas agressões
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A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco contabilizou 29 atendimentos a foliões furados por agulhas durante os festejos de Carnaval, ocorridos entre os dias 9 e 15 de fevereiro, em diversas localidades de Recife e Olinda.
Dentre os registros recebidos pela Secretaria, os pacientes relataram lesões provocadas por agulhas em diferentes pontos de folia. Nas situações, as vítimas tiveram dificuldade em identificar os responsáveis pelas agressões, devido à grande aglomeração de pessoas. A informação foi divulgada pelo UOL.
Do total de atendimentos, 16 foram mulheres e 13 homens. As ocorrências concentraram-se principalmente no Recife, destacando-se o Galo da Madrugada e o Marco Zero, além de 11 casos em Olinda.
Comparativamente, no ano anterior, apenas dois casos de agressões semelhantes foram registrados, enquanto em 2020, durante o período de 15 a 23 de fevereiro, pelo menos 41 foliões alegaram terem sido furados por agulhas. Esses incidentes ocorreram durante os eventos de Carnaval em Recife, Olinda e Orobó (PE).
Ainda não há informações sobre a possibilidade de as agulhas estarem contaminadas.
Popularmente conhecidos como "carimbadores", indivíduos que utilizam objetos pontiagudos, como seringas e agulhas, para ferir pessoas com o intuito de transmitir doenças, são um fenômeno preocupante.
O termo também é atribuído ao grupo que pratica sexo desprotegido e não informa aos parceiros sobre sua condição de portador do HIV, com o objetivo de propagar o vírus.
Pacientes devem fazer testes e tomar medicações de forma preventiva
A jovem Letícia Almeida de Araújo, 18 anos, foi uma das pessoas a sofrer com uma das agulhadas. Ela sentiu 'uma queimação no braço direito", enquanto brincava na Praça do Carmo, em Olinda, e ficou desconfiada, preferindo tomar as precauções.
Letícia está seguindo rigorosamente um protocolo de medicações como parte da Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), uma estratégia para prevenir a infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
A PEP, atualmente, é a primeira opção para pessoas que vivem com HIV, mas também é prescrita como um esquema preventivo.
O protocolo é recomendado em casos de violência sexual, acidentes com material biológico ou exposição sexual consentida com o rompimento do preservativo, conforme explicado pelo infectologista Mateus Ettori Cardoso, do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS (SP).
O tratamento da PEP requer a administração contínua de medicamentos por 28 dias, sem interrupção, conforme orientações médicas.
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