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MW

Ano novo de humanidade

Coluna foi publicada nesta quinta-feira (28)


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Você sabia que o ano novo é a data mais comemorada no mundo? Isto mesmo. Até mesmo os chineses que possuem um calendário próprio se rendem ao ano novo ocidental. Inclusive, Pequim faz uma grande festa de Réveillon!

Tal festança ocidental tem origem histórica com decreto do líder romano Júlio César, que fixou o 1º de janeiro como o “dia do ano novo” em 46 a.C. Trata-se de uma homenagem dos romanos, ainda politeístas ao deus dos portões e da transição do passado para o futuro, o Deus Jano (por isto janeiro).

O calendário Juliano é substituído pelo Gregoriano em 1582, porém o papa Gregório XIII mantém a data do ano novo! E até hoje aqui estamos a fazer contagens regressivas! De 46 a.C até hoje deu bastante tempo para diferentes tradições sobre esta transição serem criadas e pulverizadas ao redor do mundo!

Afinal, o que não faltaram foram acordos comerciais, colonizações ou invasões, migrações, escravidão, guerras e porque não a globalização para garantir tudo isso! No Brasil, inclusive, vivemos a mesa farta do ano novo e os rituais de passagem demonstram a multiculturalidade que possuímos.

Atenção! Estamos falando de multiculturalidade – existência de diferentes culturas em um mesmo espaço geográfico e não multiculturalismo – valorização da diversidade cultural que elimina preconceitos e faz emergir uma sociedade baseada no respeito e na dignidade humana.

Mas, na virada de ano, talvez possamos considerar a presença do multiculturalismo.

Afinal, pulamos sete ondinhas e vestimos branco (cultura africana e afro-brasileira), soltamos fogos de artifícios (cultura chinesa), comemos lentilha (cultura italiana), bacalhau (cultura portuguesa), frutas e sementes secas (cultura árabe), tomamos vinho (cultura greco-romana), estouramos espumantes e até chamamos a festa de “Réveillon” (cultura francesa).

Parece que nos inebriamos com a comida, a música, as luzes, os abraços e beijos acalorados e os desejos para um novo ano dão uma pausa nos preconceitos e discriminações do dia a dia (ou não)!

Um filósofo e sociólogo alemão chamado Theodor Adorno e seus colegas da escola de Frankfurt afirmaram que o preconceito sobre algo se estende aquilo que o objeto está ligado.

No caso o preconceito cultural, faz com que pessoas pertencentes a cultura x ou y acabem sendo rechaçadas sem ao menos terem a oportunidade de apresentarem quem realmente são. Afinal, o ser vai além da sua cultura, etnia, raça, credo, gênero ou orientação sexual. São Pedros, Valentinas, Yians, Knauê, Aimées, Omars que são maiores que tudo isto! Portanto, eu quero te propor um novo caminho de olhar o outro neste ano de 2024. Se disponha a conhecer o outro como ser humano apenas! Quando o olhar, retire todos os estigmas criados por aquilo que você acha que sabe sobre ele! Entenda que “achar” não é “saber”! Topa?! Então conta comigo 10, 9, 8…

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